Ucrânia interrompe retirada de civis por temor de "provocações" da Rússia
A Ucrânia anunciou que renunciou hoje a todos os corredores de retirada de civis devido ao temor de "provocações" russas, antes de uma nova rodada de negociações entre representantes de Moscou e Kiev na Turquia. A guerra provocada pela invasão russa à Ucrânia completa hoje 33 dias.
"Nossos serviços de inteligência informaram sobre possíveis provocações por parte dos ocupantes nos trajetos dos corredores humanitários. Por isto, por razões de segurança para os civis, hoje (segunda-feira) não abriremos nenhum corredor humanitário", afirmou a vice-primeira-ministra Iryna Vereshchuk no Telegram.
Os corredores são áreas não ocupadas por forças militares e funcionam como uma forma de acesso legal dos civis a zonas fora da guerra. Eles são necessários quando as cidades estão sitiadas e a população está sem suprimentos básicos de alimentos, eletricidade e água, como ocorre atualmente em cidades ucranianas.
Depois de mais de um mês do início da invasão, as delegações russa e ucraniana se encontram, a partir de amanhã, em Istambul, para uma nova rodada de negociações. No entanto, o conselheiro do ministro do Interior ucraniano, Vadim Denisenko, disse que não espera maiores avanços nas negociações de paz.
Inicialmente, a reunião estava prevista para ocorrer hoje, mas devido a "dificuldades logísticas" começará amanhã de manhã (horário local), informou o governo ucraniano.
Um dos principais temas será a obtenção de "garantias de segurança e de neutralidade, e a desnuclearização do nosso Estado", disse, ontem, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em entrevista à mídia independente russa, e transmitida pelo canal Telegram.
Uma sessão de negociações russo-ucranianas já havia sido realizada no dia 10 de março na cidade de Antália, na Turquia, entre os Ministros de Relações Exteriores, sem avanços concretos.
A ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou nesta quinta-feira (24) que 1.035 civis morreram e 1.650 ficaram feridos na guerra entre Ucrânia e Rússia. Dados que a própria organização estima ser maior por causa dos poucos dados de áreas de difícil acesso.
A ONU também disse no domingo (20) que 10 milhões de ucranianos precisaram deixar as suas casas por causa da invasão russa. Isso representa mais de um quarto da população da Ucrânia.
* Com AFP
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