Ucrânia vê preparação para 'avanço maciço' da Rússia em Donbass

A Ucrânia vê os preparativos quase concluídos para uma tentativa de "avanço maciço" das Forças Armadas da Rússia na região separatista de Donbass, disse hoje o governador militar da região de Lugansk, Serhii Haidai.

"Sentimos os preparativos finais para um grande avanço, a grande batalha que será em nossas regiões de Lugansk e Donetsk. Há tentativas constantes de romper a linha de defesa em certas direções", afirmou Haidai em comentários televisionados.

Autoridades ucranianas pediram aos moradores de algumas cidades em Donbass que se retirem em antecipação ao que dizem ser uma grande ofensiva.

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"Desde o início da evacuação na região de Lugansk, aproximadamente 30 mil pessoas foram retiradas, isso é apenas nossos cálculos oficiais, sem incluir aqueles que saíram voluntariamente, sem aquelas pessoas que saíram de forma independente", disse governador militar.

Segundo um relatório de inteligência divulgado hoje pelo Ministério da Defesa do Reino Unido, as forças da Rússia fizeram a "retirada total" de tropas ao norte da Ucrânia. De acordo com o governo britânico, algumas delas foram transferidas para o leste do território ucraniano, próximo à fronteira com a Rússia.

O relatório ainda diz que bombardeios russos em cidades ao sul da Ucrânia continuam, sendo que o município de Izium continua sob o controle de tropas da Rússia.

Ataque a estação de trem deixou mortos e feridos

Um ataque com mísseis atingiu hoje uma estação de trem em Kramatorsk, a cerca de 690 quilômetros de Kiev, na região de Donetsk, leste da Ucrânia. Segundo informações iniciais, ao menos 30 pessoas morreram.

A Rússia nega participação no ataque, que atingiu pessoas que deixavam a região por causa do conflito promovido pelo presidente russo, Vladimir Putin.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que as forças russas atacaram uma estação ferroviária "onde milhares de ucranianos pacíficos esperavam para serem evacuados".

"Os não-humanos russos não abandonam seus métodos. Sem força e coragem para nos enfrentar no campo de batalha, eles estão destruindo cinicamente a população civil. Este é um mal que não tem limites. E se não for punido, nunca vai parar."

O secretário de Defesa do Reino, Ben Wallace, também condenou o ataque em Kramatorsk. "O ataque à infraestrutura civil é um crime de guerra", disse em uma entrevista coletiva da Romênia.

"Eram mísseis de precisão direcionados a pessoas que tentam buscar abrigo humanitário. Não é a primeira vez — na verdade, infelizmente, é uma repetição de muitas ocasiões em que o Estado russo — o presidente Putin e seus generais — procuram levar a guerra para civis, áreas civis e infraestrutura nacional civil", afirmou.