Ataque a estação de trem deixa ao menos 52 mortos na Ucrânia
Um ataque com mísseis ontem atingiu uma estação de trem em Kramatorsk, a cerca de 690 quilômetros de Kiev, na região de Donetsk, leste da Ucrânia. Segundo autoridades ucranianas, ao menos 52 pessoas morreram. O bombardeio marcou o início do 44º dia da guerra russa no território ucraniano. Há crianças entre os mortos.
A Rússia nega participação no bombardeio, que atingiu pessoas que deixavam a região por causa do conflito promovido pelo presidente russo, Vladimir Putin.
O míssil de propulsão não é usado pelas forças armadas do país — informação corroborada pelo inventário Balanço Militar, do Instituto Internacional de Assuntos Estratégicos, em Londres. Contudo, o ataque pode ter sido forjado com o uso de um antigo modelo em estoques não operacionais.
Segundo a polícia da Ucrânia, a ação atingiu uma sala de espera temporária, "onde centenas de pessoas aguardavam o trem de evacuação". O número de feridos que foram levados a hospitais é de 98 pessoas, sendo 46 mulheres e 36 homens —12 morreram, de acordo com a administração militar da região de Donetsk.
"Esperamos que outras vítimas procurem ajuda médica dentro de um ou dois dias. Então, o número de vítimas mudará constantemente", disse Pavlo Kyrylenko, chefe da administração militar da região.
Segundo o prefeito de Kramatorsk, Oleksandr Honcharenko, cerca de 4.000 pessoas estavam no local atingido. Ele estimou que 90% eram idosos, mulheres e crianças. Cidades vizinhas enviaram 40 médicos para fazer cirurgias de emergência, segundo o prefeito.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que as forças russas atacaram uma estação ferroviária "onde milhares de ucranianos pacíficos esperavam para serem evacuados". "Os não-humanos russos não abandonam seus métodos. Sem força e coragem para nos enfrentar no campo de batalha, eles estão destruindo cinicamente a população civil. Este é um mal que não tem limites. E se não for punido, nunca vai parar."
'Ataque desprezível', diz presidente da Comissão Europeia
Hoje, Zelensky recebe a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que viaja para Kiev, a capital do país. A Ucrânia ainda está sob ataques, agora mais concentrados no sul e, principalmente, no leste, atual foco da Rússia.
Ursula esteve nesta manhã em Bucha acompanhada por Josep Borrell, alto representante da União Europeia para Relações Exteriores e Política de Segurança.
Ela se posicionou após prestar homenagens aos mortos em uma vala comum nos arredores da cidade, onde investigadores forenses começaram a exumar dezenas de corpos enterrados em valas comuns pelas tropas russas, que deixaram a cidade há uma semana.
"Vimos a face cruel do exército de Putin. A humanidade está devastada e o mundo inteiro chora com o povo de Bucha".
Os cadáveres estavam com vestígios de balas ou de estilhaços, segundo Ruslan Kravchenko, procurador de Bucha. "Há testemunhas que podem confirmar que essas pessoas foram mortas pelas tropas russas sem qualquer razão. Foram mortas apenas por estarem passando na rua ou tentando sair da cidade", disse.
A presidente da Comissão Europeia também usou o seu perfil no Twitter para se posicionar em relação ao bombardeio.
"O ataque com mísseis a uma estação de trem usada para evacuação de pessoas é desprezível. Estou consternada com as mortes e vou oferecer as minhas condolências ao presidente Zelensky [Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano]. Meus pensamentos estão com as famílias das vítimas", tuitou Ursula.
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