Putin na KGB: o que se sabe do passado do russo como agente secreto da URSS
O presidente russo, Vladimir Putin, foi um oficial do serviço secreto soviético da União Soviética, a KGB. Fluente em alemão, ele trabalhou em Dresden, na Alemanha Oriental, em 1985. Na ocasião, acompanhou o começo da queda do Muro de Berlim, que ocorreu em novembro de 1989.
Putin já revelou que, à época, queimou documentos da KGB para evitar que os opositores o localizassem.
Veja abaixo alguns dos principais pontos de sua atuação na KGB e da transição para a vida política.
Como Putin entrou no serviço secreto da URSS?
O presidente russo nasceu na cidade de Leningrado, hoje conhecida como São Petersburgo, no dia 7 de outubro de 1952. Na universidade estatal de Leningrado, estudou direito e ingressou no Partido Comunista da União Soviética. Após concluir a graduação, iniciou o treinamento no serviço secreto da URSS.
Putin entrou na KGB em 1975, com entre 22 e 23 anos —não se sabe ao certo. Durante a sua passagem no serviço secreto, atuou principalmente em missões de inteligência estrangeira e contra-inteligência.
De acordo com artigo de 2003 do jornal americano The New York Times, afirmou, durante entrevista em Moscou, que não teria arrependimentos em relação a nenhuma parte da história na KGB.
"Não, claro que não", respondeu o presidente russo. ''Não havia absolutamente nada de que eu pudesse me envergonhar'', falou ele.
Putin tinha identidade da Stasi
O presidente russo tinha uma carteira de identificação da Stasi, o serviço secreto da Alemanha Oriental. O documento com data de 1985 foi encontrado por pesquisadores e divulgado pelo jornal alemão Bild.
No entanto, isso não significa necessariamente que Putin atuou para a Stasi, segundo o arquivista Konrad Felber, que encontrou a cédula de identidade.
"Agentes podem dispor de várias identidades", disse Felber. "Com o documento, Putin podia entrar e sair sem problemas dos escritórios da Stasi", explicou.
Para o arquivista, a identificação pode ter permitido a Putin recrutar agentes alemães.
Em declaração à agência de notícias russa Tass, o porta-voz de Putin, Dmitri Peskov, considerou possível que o presidente tivesse uma identidade do serviço secreto alemão. "A KGB e a Stasi eram serviços parceiros. Por isso, não se pode descartar que tenha havido um intercâmbio de identidades", afirmou.
De espião a presidente
Com a reunificação da Alemanha, Putin foi convocado para retornar à União Soviética, em 1990. Ele se demitiu da função no serviço secreto russo em 1991, com a alegação de que não concordava com o golpe em andamento contra o então primeiro secretário da URSS, Mikhail Gorbachev.
Em seguida, Putin ocupou diferentes postos da administração da cidade de São Petersburgo, entre 1991 e 1996.
Em 1994, ele se tornou vice-prefeito do município. Depois, foi para Moscou e assumiu cargos no governo do ex-presidente russo Boris Yeltsin, como diretor do Serviço Federal de Segurança (FSB) e diretor do Conselho de Segurança do país.
No cenário em que a Rússia lidava com os separatistas da Chechênia, em 1999, Yeltsin convidou Putin para a posição de primeiro-ministro.
Uma operação de repressão aos chechenos elevou a popularidade do ex-espião da KGB no país. Após a renúncia de Yeltsin da Presidência, Putin foi eleito para o cargo meses depois, em 2000, com 53% dos votos.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.