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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Presidente do Conselho Europeu visita Kiev: 'História não esquecerá crimes'

20.abr.2022 - Charles Michel (com boné), presidente do Conselho Europeu, é recebido em Kiev, capital da Ucrânia - Reprodução/Twitter/eucopresident
20.abr.2022 - Charles Michel (com boné), presidente do Conselho Europeu, é recebido em Kiev, capital da Ucrânia Imagem: Reprodução/Twitter/eucopresident

Do UOL, em São Paulo*

20/04/2022 06h59Atualizada em 20/04/2022 13h22

Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, a instituição que representa os Estados membros da UE (União Europeia), desembarcou hoje em Kiev, no momento em que a Rússia intensifica a ofensiva no leste da Ucrânia, e afirmou que o bloco fará "todo o possível" para que a Ucrânia "ganhe a guerra". O conflito chega hoje ao 56º dia.

"Em Kiev hoje. No coração de uma Europa livre e democrática", escreveu Charles Michel no Twitter, com uma fotografia em uma estação de trem da capital ucraniana. Na imagem, Michel aparece de boné, abraçando uma mulher.

Em Borodianka, perto de Kiev, cenário de "massacres" de civis, segundo as autoridades ucranianas, Michel disse que "a História não esquecerá os crimes de guerra" cometidos pelos russos na Ucrânia.

"Em Borodianka, como em Bucha e tantas outras cidades da Ucrânia, a História não esquecerá os crimes de guerra que foram cometidos aqui", afirmou no Twitter o dirigente da UE.

"Não pode existir paz sem justiça", acrescentou ele.

"Vocês não estão sozinhos. Estamos junto com vocês e faremos todo o possível para apoiar seus esforços e fazer a Ucrânia ganhar a guerra", declarou Michel, em uma entrevista coletiva com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.

Michael afirmou também que Putin "não conseguirá destruir a soberania da Ucrânia nem dividir a União Europeia" e elogiou a capacidade dos 27 de "tomar decisões juntos, por unanimidade" sobre as sanções contra a Rússia.

Em reunião realizada nesta semana, Estados Unidos e a UE alcançaram um "amplo consenso" para impor "novas sanções" à Rússia e "aumentar o isolamento internacional de Moscou", segundo o governo italiano.

Zelensky, por sua vez, afirmou também que a adesão da Ucrânia à União Europeia é "uma prioridade".

"É uma prioridade para nosso Estado, para a força do nosso povo", afirmou o presidente ucraniano.

O Conselho Europeu é um órgão composto pelos chefes de Estado ou de governo dos Estados-membros, bem como pelo seu presidente e pelo presidente da Comissão Europeia.

Centenas de ataques

A ofensiva russa para tomar o leste ucraniano continua hoje com centenas de ataques. O Ministério da Defesa da Ucrânia disse que a Rússia "está tentando continuar as operações" de ataque no leste "para estabelecer controle total sobre o território das regiões de Donetsk e Lugansk", que formam o Donbass, área separatista. "O inimigo não para de lançar mísseis e bombardeios contra a infraestrutura militar e civil em toda a Ucrânia".

Comandante da 36ª Brigada de Fuzileiros Navais da Ucrânia, Serhiy Volynsky pediu para que militares e civis em Mariupol, cidade ucraniana sitiada pelos russos, sejam retirados da fábrica de Azovtal.

O Ministério da Defesa da Rússia renovou o ultimato aos militares ucranianos na siderúrgica de Azovtal, em Mariupol, no sul da Ucrânia. A fábrica é o principal bastião de resistência restante em Mariupol.

As autoridades ucranianas conseguiram chegar a um acordo com Moscou para retirar hoje milhares de mulheres, crianças e pessoas idosas da cidade.

Em entrevista a canais de TV da Ucrânia, o prefeito de Mariupol, Vadim Boïtchenko, afirmou que a expectativa é retirar cerca de seis mil civis. No total, 90 ônibus transportarão as pessoas para a cidade de Zaporijjia, no sul.

Segundo Boïtchenko, cerca de 100 mil civis, no total, aguardam para serem retirados de Mariupol. As autoridades locais também indicam que milhares de pessoas foram mortas nesta cidade portuária, em ruínas devido aos bombardeios russos.

* Com AFP e RFI