Ucrânia e Rússia fecham acordo para abrir corredor humanitário e retirar 6 mil civis de Mariupol
As autoridades ucranianas conseguiram chegar a um acordo com Moscou para retirar hoje milhares de mulheres, crianças e pessoas idosas de Mariupol, no sudeste da Ucrânia. O local está cercado pelas tropas russas há várias semanas.
O acordo foi anunciado na manhã de hoje pela vice-primeira-ministra ucraniana, Irina Verechtchouk. "Levando em consideração a situação catastrófica em Mariupol, é lá que vamos concentrar nossos esforços hoje", publicou em sua página no Facebook.
Em entrevista a canais de TV da Ucrânia, o prefeito de Mariupol, Vadim Boïtchenko, afirmou que a expectativa é retirar cerca de seis mil civis de Mariupol. No total, 90 ônibus transportarão as pessoas para a cidade de Zaporijjia, no sul.
Segundo Boïtchenko, cerca de 100 mil civis, no total, aguardam para serem retirados de Mariupol. As autoridades locais também indicam que milhares de pessoas foram mortas nesta cidade portuária, em ruínas devido aos bombardeios russos.
No último fim de semana, o exército russo deu um ultimato aos soldados ucranianos, exigindo que se rendessem. A proposta não foi aceita pelos resistentes e os combates continuam em algumas áreas da cidade.
Acordos anteriores fracassaram
A última retirada de civis de Mariupol por meio de um corredor humanitário ocorreu em 5 de março. Desde então, os diálogos sobre a evacuação de moradores do local fracassaram. Negociadores russos e ucranianos se acusam mutuamente pela falta de avanço na questão.
A expectativa para que o acordo de hoje seja respeitado e que os civis possam ser retirados da cidade é alta. Segundo Irina Verechtchouk, as operações devem começar às 14h local (8h de Brasília).
Desde o início da guerra, em 24 de fevereiro, cerca de 300 mil civis foram retirados de zonas de risco. "O governo ucraniano propôs mais de 340 corredores humanitários. Os invasores [russos] aceitaram cerca de 300 e apenas 176 realmente funcionaram", afirmou o Ministério da Reintegração da Ucrânia.
As autoridades ucranianas afirmam que os militares russos desrespeitam frequentemente as tréguas ou bloqueiam os ônibus utilizados para as operações de evacuação. A Rússia rejeita as acusações.
(Com informações da AFP e Reuters)
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