Macron é reeleito na França, derrotando Marine Le Pen, da extrema-direita
O centrista Emmanuel Macron será reeleito na França com quase 60% dos votos contra Marine Le Pen, de extrema-direita, indicam projeções. É a primeira reeleição desde o conservador Jacques Chirac (1995-2007).
Por volta das 22h (horário de Brasília), Macron tinha 58,55% dos votos, contra 41,45% de Le Pen.
Em seu discurso de vitória, Macron acenou ao eleitorado de esquerda, dizendo saber que muitos votarem nele apenas para impedir a eleição de Le Pen.
A candidata da extrema-direita já admitiu a derrota. Em discurso a apoiadores, disse ter conseguido "resultados significativos".
"Apesar de duas semanas de métodos injustos, brutais e violentos, as ideias que representamos estão atingindo novos patamares", declarou a candidata extrema-direita.
Confira abaixo os números projetados por outros institutos com base em amostragens feitas nos locais de votação:
- Harris Interactive: 55% para Macron e 45% para Le Pen
- Ifop: 55% para Macron e 45% para Le Pen
- OpinionWay: 58% para Macron e 42% para Le Pen
- BVA : 57% para Macron e 43% para Le Pen
Os dados são parecidos com os que o Le Monde, principal jornal francês, aponta. Nas estimativas, Macron tem 58,2% dos votos, ante 41,8% de Le Pen.
Os locais de votação na França abriram suas portas às 8h (3h de Brasília), e a participação do eleitorado era de 26,41% às 10h (7h de Brasília). São quase dois pontos percentuais a menos que em 2017, segundo o Ministério do Interior.
Quase 49 milhões de franceses foram chamados a votar. Os franceses nos territórios ultramarinos e no exterior começaram a votar horas antes devido à diferença de fuso horário.
Le Pen votou no final da manhã, por volta das 11h no horário local, em Hénin-Beaumont, no norte da França. Duas horas depois, Macron depositou seu voto acompanhado da mulher, Brigitte, em Le Touquet, também no norte francês.
Cenário no primeiro turno
Le Pen e Macron despontaram como os principais nomes entre os 12 candidatos no primeiro turno, que foi decidido em 10 de abril. Ele alcançou 27,85% dos votos e ela, 23,15%. O candidato de esquerda Jean-Luc Mélenchon ficou de fora do segundo turno por pouco, com 21,95% dos votos.
Sem o alcance de maioria absoluta dos votos para um único candidato, Macron e Le Pen seguiram para o segundo turno, realizado hoje.
Ao longo das últimas semanas, os dois tentaram conquistar o eleitorado dos rivais de primeiro turno, principalmente os que votaram em Mélenchon.
Candidatos do segundo turno
Macron
Com 44 anos, o atual presidente francês se autopromove como uma força estável durante períodos de crise. Um dos exemplos utilizados para sustentar o argumento é a sua liderança na gestão da crise provocada pela pandemia.
O principal obstáculo de Macron é sua imagem de um elitista fora de alcance. Seu mandato foi marcado por altos e baixos, chegando a ser zombado como "o rei Sol".
O presidente reeleito Emmanuel Macron tem sido alvo de protestos desde que chegou ao poder, em 2017. Franceses mostraram descontentamento com suas reformas e a gestão da pandemia.
Meses antes de chegar ao Palácio do Eliseu, Macron já avisara que seria um "presidente jupiterino", expressão que, segundo o dicionário Larousse, evoca o "caráter dominador e autoritário" do deus romano Júpiter. E não decepcionou.
O movimento dos "coletes amarelos", em 2018, foi desencadeado por suas políticas favoráveis aos negócios e cortes de impostos para os ricos.
Le Pen
Marie Le Pen é uma populista de extrema-direita, representante do partido RN (Reagrupamento Nacional, na sigla em francês) antes liberado por seu pai, Jean-Marie Le Pen, de extrema-direita e antissemita.
Durante sua campanha, fez críticas à imigração e defendeu a identidade francesa tradicional, além de prometer suporte para famílias em situação vulnerável.
Na Europa, Le Pen tem sido alvo de críticas por sua postura, na campanha presidencial de 2017, contra a União Europeia e a Otan, dois grandes atores na resposta da invasão da Ucrânia pela Rússia. Embora tenha sido derrotada por Macron no segundo turno presidencial, ela atraiu 7,7 milhões de votos.
* Com DW e AFP
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