EUA: Homem negro que ficou tetraplégico em ação policial receberá R$ 50 mi
O condado de Camden, no estado de Nova Jersey, aceitou um acordo e pagará US$ 10 milhões (R$ 50,6 milhões em valores de hoje) a um homem negro que ficou tetraplégico durante uma abordagem da polícia em 2014. Os policiais negam o crime.
De acordo com o processo —citado em reportagem da CNN americana— Xavier Ingram, hoje com 29 anos, foi abordado por três policiais no dia 12 de junho de 2014.
Os agentes Antonio Gennetta e Nicholas Marchiafava estavam em patrulha para uma varredura em um complexo de apartamentos quando se depararam com Ingram, que saía de uma loja de bebidas depois de se encontrar com um amigo, diz o processo.
Após receber voz de prisão, Ingram correu para o estacionamento de um restaurante e depois correu para a rua, quando finalmente se rendeu deitando-se no chão com as mãos para a frente.
Ainda de acordo com a ação, os policiais "pularam em Ingram e o algemaram", sem resistência. O policial Jeremy Merck —processado com os outros dois agentes— chegou ao local enquanto o rapaz era preso.
O trio é acusado de pisar na nuca e nas costas de Ingram e, em seguida, "atacá-lo violentamente". Um dos policiais "colocou a bota na nuca de Ingram e intencionalmente desceu com força".
Ingram também acusou os policiais de não prestarem cuidados médicos, apesar de ouvi-lo reclamar de dor extrema no pescoço e de não conseguir sentir seus braços e pernas. Mesmo assim, os policiais teriam movido o rapaz com força, sem estabilizar sua coluna, violando o treinamento médico de emergência a que são sujeitos.
Segundo uma declaração postada pelo Departamento de Polícia do Condado de Camden em seu site no dia seguinte ao incidente, os policiais estabilizaram Ingram depois que ele supostamente escorregou e caiu no chão.
"Os policiais que os prenderam mostraram compostura durante todo o incidente e tiveram a presença de espírito de prestar socorro imediatamente e convocar assistência médica", diz o comunicado.
O acordo
Além do trio de policiais, a ação movida por Ingram lista o condado de Camden, o Departamento de Polícia do condado, o então assistente do chefe de polícia, Orlando Cuevas, e o então chefe de polícia, John Scott Thomson.
O condado aceitou fechar um acordo na semana passada depois que um julgamento em 29 de março foi anulado porque o júri ficou dividido sobre a responsabilidade dos policiais.
Após mediação do juiz, o condado fez a oferta de acordo, que acabou aprovada.
"Ingram está muito aliviado, confiante e confortável com o acordo. Finalmente acabou", afirmou a advogada Beth Baldinger à rede de TV americana. "Tem sido uma batalha épica de oito anos para conseguir justiça."
Já o condado afirmou em nota que "continua a sustentar que nenhuma ação errada ocorreu e não é responsável por nenhuma das ações e circunstâncias do incidente mencionado".
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