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EUA não têm direito de dividir continente, diz presidente da Argentina

Hygino Vasconcellos

Colaboração para o UOL, em Balneário Camboriú (SC)

09/06/2022 20h05

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, fez duras críticas ao fato dos governos de Cuba, Venezuela e Nicarágua não serem convidados para a Cúpula das Américas, que ocorre em Los Angeles, nos Estados Unidos.

"O fato de ser o anfitrião da Cúpula não lhes dá o direito de dividir os países do continente. O diálogo, a diversidade são os melhores instrumentos para promover a democracia e a igualdade. O presidente (dos Estados Unidos, Joe) Biden tenho certeza que se deve abrir de forma fraterna a interesses em comum", disse Fernández.

No começo de sua fala, o presidente argentino já havia dito que lamentava "não ter sido possível convidar a todos a esse âmbito propício a esse debate".

Como anfitrião, os Estados Unidos podem escolher quem convidar. A decisão de excluir Cuba, Venezuela e Nicarágua foi tomada após semanas de deliberação do governo e levou em conta o fato dos três países não serem considerados governos democráticos.

Na época do anúncio da exclusão, o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, afirmou que não iria ao evento mesmo se convidado, acusando os EUA de exercer uma "pressão brutal" para tornar a cúpula não inclusiva.

Também hoje, o primeiro-ministro de Belize, Johnny Briceño, criticou a situação. "A ausência da Venezuela é inaceitável", disse o político.

Após os discursos de outros presidentes, Biden voltou a falar e classificou como "muito forte" o início do evento. Isso se deve às críticas do presidente da Argentina e do primeiro-ministro de Belize.

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), também participou da primeira plenária da Cúpula das Américas, que conta com a participação de outras autoridades do continente. Porém, o político acabou não falando.

Logo após a plenária, Bolsonaro se encontrou com Biden e afirmou que deixará o governo "de forma democrática", caso perca as eleições. "Cheguei pela democracia e tenho certeza que quando deixar o governo, também será de forma democrática", disse.