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Ingleses descobrem dino feroz e com cara de crocodilo: 'Maior da Europa'

Dinossauro tinha cerca de 10 metros de comprimento, segundo estimativa de pesquisadores - Chris Barker/Dan Folkes/University of Southampton
Dinossauro tinha cerca de 10 metros de comprimento, segundo estimativa de pesquisadores Imagem: Chris Barker/Dan Folkes/University of Southampton

Do UOL, em São Paulo

09/06/2022 13h53Atualizada em 09/06/2022 13h53

Ossos do maior dinossauro terrestre já registrado em continente europeu foram descobertos na ilha de Wight, na costa sul da Inglaterra. Os restos foram identificados por paleontólogos da Universidade de Southampton, cidade mais próxima ao local em que o fóssil estava depositado.

As estimativas são de que a criatura, um dos grandes predadores de seus tempos, tinha mais de 10 metros de comprimento e viveu há cerca de 125 milhões de anos, segundo informações da BBC. O dinossauro era bípede, tinha cabeça semelhante à de um crocodilo e fazia parte de uma variação carnívora dos espinossaurídeos.

O estudo foi liderado pelo doutorando Chris Barker, que definiu o espécime como um "animal gigantesco".

O dinossauro foi apelidado de "o espinossaurídeo da pedra branca", em referência à camada geológica em que seus restos, que incluem os ossos pélvicos e da cauda, foram descobertos.

"Era um animal gigantesco, com mais de 10 metros de comprimento e, provavelmente, várias toneladas de peso", declarou Barker à BBC. "Julgando algumas de suas dimensões, parece que é um dos maiores dinossauros carnívoros já encontrados na Europa, o maior de que temos notícia".

A estimativa é de que o espécime tenha vivido no início da era da elevação dos níveis dos mares e explorava águas paradas e terrenos arenosos em busca de comida. Darren Naish, co-autor da pesquisa, explicou que os fragmentos encontrados até o momento são insuficientes para que o dinossauro ganhe um nome científico formal, mas que a equipe espera que outros ossos sejam encontrados ao longo do tempo, para complementar a identificação.

A maior parte dos fósseis localizados na ilha inglesa nos últimos anos foi encontrada por Nick Chase, um "caçador" de dinossauros, que morreu pouco antes da pandemia de covid-19.

"Eu estava procurando por restos de dinossauros com o Nick e encontrei um pedaço de pélvis com buracos nele - cada um com o tamanho de meio dedo indicador", explicou Jeremy Lockwood, outro co-autor do estudo e doutorando na Universidade de Portsmouth.

"Nós achamos que eles foram causados por larvas que se alimentam de ossos e ficam alojadas em besouros escaravelhos. É interessante pensar que um matador gigante pode virar comida para larvas de um inseto", completou.

A descoberta é mais uma conquista do trabalho da Universidade de Southampton sobre espinossaurídeos. Em 2021, o time publicou a descoberta de mais duas espécies da família.