Brasileira presa na Tailândia se declarou culpada e fará pedido de perdão
A brasileira Mary Hellen Coelho Silva, 22, se declarou culpada em seu julgamento por tráfico de drogas na Tailândia, em maio deste ano. A decisão rendeu uma pena menor para a jovem, detida em 14 de fevereiro no país asiático, que acabou condenada a 9 anos e seis meses de prisão.
As informações foram confirmadas ao UOL pelo advogado de Mary Hellen, Telêmaco Marrace. Apesar da condenação da mulher ter sido definida ainda no mês passado, sua equipe de defesa teve acesso aos detalhes do tribunal apenas esta semana.
Apesar da confissão da brasileira, sua defesa ainda deve entrar com um pedido de perdão real para o monarca Maha Vajiralongkorn. O requerimento pode ser feito em apenas duas datas: a primeira delas é no dia 28 de julho, quando Vajiralongkorn faz aniversário e, em celebração, concede absolvição para detentos por diversos crimes.
A segunda é no dia dos pais na Tailândia, comemorado em 5 de dezembro. Em maio, outra advogada de Mary Hellen, Kaelly Cavoli, explicou que a equipe jurídica da jovem ainda esperava o documento com a sentença da cliente para formular o pedido de perdão.
"Nós ainda estamos aguardando receber a sentença do Consulado [da Tailândia] porque depende disso para analisarmos a condenação e formularmos um pedido", afirmou ela, ao UOL.
Na ocasião, a advogada também relatou que existem precedentes de situações semelhantes no país, que inclusive estão sendo estudados pela defesa para formular o recurso.
Um pedido de extradição — para que Mary Hellen cumpra a pena no Brasil — também está sendo estudado pela defesa. "Mas esta possibilidade ficará posterior ao pedido [de perdão real]. Vamos fazer todos os pedidos pertinentes nos momentos adequados", completou Cavoli.
Relembre o caso
Mary Hellen Coelho Silva e mais dois brasileiros foram detidos em 14 de fevereiro ao desembarcarem no aeroporto do país asiático com um total de 15,5 kg de cocaína em malas — uma carga avaliada em R$ 7 milhões pelas autoridades.
A família da jovem, que é natural de Pouso Alegre (MG), veio a público pedir ajuda para encontrar defensores para a jovem, que segundo eles nunca havia saído do país.
Uma mulher suspeita de aliciar a jovem e mais dois brasileiros, que partiram com as malas do aeroporto de Curitiba, foi presa em uma operação da Polícia Federal no dia 5 de maio. A suspeita é de que ela operava um esquema de tráfico internacional desde antes da pandemia de covid-19.
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