Historiador: Putin barra grãos da Ucrânia para matar Ásia e África de fome
O presidente russo Vladimir Putin planeja matar asiáticos e africanos de fome para vencer a guerra na Ucrânia, afirmou no sábado (11) o historiador americano Timothy Snyder em post nas redes sociais. A Rússia bloqueia portos ucranianos desde o início da ofensiva, em 24 de fevereiro, impedindo a exportação de grãos ucranianos.
Snyder é professor da Universidade de Yale, especializado em Europa Central e Oriental. O alerta de que milhões de pessoas podem morrer de fome em decorrência do bloqueio russo também foi feito pelo ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi di Maio.
Segundo Snyder, a Ucrânia é a quinta maior exportadora de trigo, a quarta maior exportadora de milho e a maior exportadora de óleo de girassol.
A Rússia também é uma grande produtora de cereais, mas não pode exportar devido às sanções ocidentais. Juntos, os países produzem um terço do trigo do mundo.
"O bloqueio do porto em Odessa pela Rússia, assim como a destruição de silos e equipamentos agrícolas, vêm impedindo a exportação da safra, destinada, sobretudo, a países da África e do Oriente Médio", acrescentou Snyder no Twitter.
Segundo o historiador, a estratégia de Putin acontece em três níveis:
- Destruir o Estado ucraniano, cortando suas exportações;
- Gerar uma onda de refugiados do Norte da África e do Oriente Médio, regiões que dependem das exportações da Ucrânia, o que causaria instabilidade na União Europeia;
- Desencadear uma campanha de propaganda russa para responsabilizar a Ucrânia pela fome mundial.
O horror do plano de fome de Putin é tão grande que temos dificuldade em compreendê-lo. Também tendemos a esquecer como a comida é central para a política.
Timothy Snyder diz que Putin tem "plano de fome"
Na semana passada, o líder senegalês e atual presidente da União Africana, Macky Sall, afirmou que sem as exportações de grãos ucranianos, a África "ficará em uma situação de fome muito grave que pode desestabilizar o continente".
O continente africano é muito dependente das importações de cereais ucranianos e russos, assim como de seus fertilizantes, essenciais para sua agricultura.
"Se os fertilizantes não chegarem no inverno (a temporada de chuvas) na maioria dos países africanos, significa que não haverá colheita", explicou Sall.
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