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Nova vice-presidente da Colômbia já pediu justiça por Marielle Franco

Nova vice-presidente da Colômbia, Francia Márquez, com bandeira pedindo justiça para Marielle Franco - Reprodução
Nova vice-presidente da Colômbia, Francia Márquez, com bandeira pedindo justiça para Marielle Franco Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

20/06/2022 15h36

Nova vice-presidente da Colômbia, Francia Márquez está articulada com movimentos sociais ao redor da América Latina, incluindo o Brasil. Em março deste ano, a advogada encontrou a irmã da vereadora Marielle Franco, Anielle, e pediu justiça para a política, assassinada em março de 2018.

Fotos do encontro entre Francia e Anielle mostram a agora vice-presidente segurando uma bandeira de pano com ilustração da vereadora e os dizeres: "Justiça por Marielle".

Na época, Anielle publicou nas redes sociais sobre o evento, que ocorreu em Bogotá, na Colômbia. "Minha irmã chegaria a uma candidatura à presidência? Creio que sim! Nos tiraram a chance de tentar chegar lá, mas não nos tiraram a chance de sonhar!", afirmou.

"Viva a conexão Afrolatina e a certeza de que as mulheres negras afrodiaspóricas estão à frente dos processos de transformação da latinoamerica e do mundo! Muito honrada em ter feito parte desse momento!", completou.

Francia é a primeira mulher negra a chegar ao Executivo na Colômbia, com a chapa do senador de esquerda Gustavo Petro, da coalizão Pacto Histórico. Ontem, a chapa deles venceu as eleições com 50,49% dos votos.

A ativista ambiental é considerada um "ar fresco" na política: a advogada de 40 anos é ativista ambiental e nasceu na comunidade de La Toma, de maioria negra, na cidade de Suárez, em Cauca, um dos estados mais pobres e com maiores índices de violência da Colômbia.

Em 2018, Francia ganhou o Prêmio Goldman, conhecido como o "Nobel do Meio Ambiente", por sua luta ambiental na região. Também foi representante legal do Conselho Comunitário de La Toma, entidade que exige a proteção dos territórios ancestrais negros da Colômbia. No ano seguinte, em 2019, a advogada foi alvo de um atentado com granadas e rajadas de fuzil em represália à sua militância.

Durante os discursos de campanha, Márquez afirmou que irá trabalhar pelas mulheres, negros, indígenas, camponeses e pela população LGBTQIA+ —bandeiras semelhantes às de Marielle no Brasil.