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Bolsonaro diz que ninguém conhecia Marielle até o dia do assassinato

Presidente Jair Bolsonaro (PL)  - Isac Nóbrega/PR
Presidente Jair Bolsonaro (PL) Imagem: Isac Nóbrega/PR

Do UOL, em São Paulo

09/06/2022 18h50

Ao falar com apoiadores na madrugada de hoje, antes de decolar para os Estados Unidos para participar da Cúpula das Américas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) falou sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O crime aconteceu em 2018. Bolsonaro afirmou que "ninguém conhecia ou se lembrava de Marielle até sua morte."

"Ninguém conhecia a Marielle até o dia em que ela foi, lamentavelmente, assassinada. Ninguém conhecia, ninguém se lembrava dela", disse.

O crime completa hoje 1.548 dias. Estão presos, desde 2019, o sargento reformado da PM Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio de Queiroz. Lessa foi apontado como o autor dos disparos e Queiroz como o condutor do veículo. Mas ainda não se sabe a motivação e o mandante do crime.

Importante voz da comunidade negra e da periferia, Marielle foi a vereadora com a quinta maior votação no Rio de Janeiro em 2016.

Na segunda-feira (6), a defesa de Bolsonaro anunciou que iria processar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pré-candidato à Presidência, por tê-lo associado ao caso de Marielle. Lula afirmou, em evento em Porto Alegre, que "gente dele não tem pudor de ter matado a Marielle", mas não citou nominalmente Bolsonaro.

"Quando a gente não pode se aproximar do governante, quando o governante tem um lado, um lado obscuro, porque a gente não sabe a qualidade de todos os milicianos dele, o que a gente sabe é que é gente dele, sabe, não tem pudor de ter matado a Marielle", disse Lula.

Bolsonaro também falou sobre a facada dada por Adélio Bispo em setembro de 2018.

"Quem trabalhou para ele dar a facada, tinha certeza que ele ia ser linchado. Tinha umas quarenta mil pessoas na praça em Juiz de Fora, o normal é ser linchado. E, se escapasse, tinha o álibi 'estava tentando entrar na Câmara'", disse.

Na fala sobre a Câmara dos Deputados, o presidente fez referência a registros de que Adélio Bispo teria entrado na Casa em 6 de setembro de 2018, mesmo dia do ocorrido em Juiz de Fora. O acontecimento já foi esclarecido como um erro do recepcionista no sistema de identificação de visitantes.