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Após visita, Pelosi lança nota pró-Taiwan e contra a China

Nancy Pelosi chegando a Taiwan - Divulgação/Ministério das Relações Exteriores de Taiwan via AFP
Nancy Pelosi chegando a Taiwan Imagem: Divulgação/Ministério das Relações Exteriores de Taiwan via AFP

Do UOL, em São Paulo

03/08/2022 16h42

Após ter visitado Taiwan, a presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, publicou uma nota sobre a ida ao território. A passagem rápida pela ilha gerou fortes reações da China e criou um mal-estar geopolítico.

Na nota, a representante da Câmara norte-americana falou que "a visita da nossa delegação do Congresso deve ser vista como uma forte declaração de que a América está com Taiwan". Além disso, Pelosi disse que "Taiwan foi impedida de participar em reuniões globais, mais recentemente da Organização Mundial de Saúde, devido a objeções do Partido Comunista Chinês".

A presidente da Câmara afirmou que a China impede Taiwan de "enviar os seus líderes a fóruns globais, mas não podem impedir os líderes mundiais ou qualquer pessoa de viajar para Taiwan para respeitar a sua próspera Democracia, para destacar os seus muitos sucessos e para reafirmar o nosso compromisso de colaboração contínua".

No Twitter, Pelosi publicou um vídeo sobre a visita:

China e Taiwan estão separadas de fato desde 1949, quando as tropas comunistas de Mao Tsé-Tung derrotaram os nacionalistas, que se refugiaram na ilha. Washington reconheceu em 1979 o governo de Pequim como representante da China, mas prosseguiu com o apoio militar a Taiwan.

A "reunificação" da China é uma meta prioritária para o presidente chinês, Xi Jinping, mas o governo autônomo da ilha, apesar de não ser reconhecido pela maioria dos países como independente, resiste à possibilidade.

Ida a Taiwan

Pelosi saiu de Taiwan na noite de ontem (à tarde no Brasil) após uma série de especulações envolvendo seu tour pela Ásia, cujo itinerário não previa oficialmente a parada polêmica.

Ela lembrou que a visita é parte de uma viagem para a região Indo-Pacífica, que inclui também paradas na Malásia, em Singapura, na Coreia do Sul e no Japão.

A democrata é a primeira presidente da Câmara dos Estados Unidos a visitar Taiwan em 25 anos, e as especulações acerca de sua presença foram o suficiente para ameaças e críticas por parte do governo de Xi Jinping.

A reação da China à viagem de Pelosi

Em um novo pronunciamento condenando a visita de Pelosi, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, prometeu "punições" aos que "ofenderem a China", e chamou a iniciativa de farsa.

"É uma farsa pura e simples. Sob o pretexto de democracia, os Estados Unidos violam a soberania da China", declarou o ministro, que participava de uma reunião da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), em Phnom Penh.

As reações chinesas vieram rapidamente também pelas relações comerciais. A China anunciou nesta quarta-feira a suspensão da importação de frutas cítricas e certos peixes de Taiwan, assim como a exportação de areia para a ilha

Pequim afirma ter detectado "repetidamente" um tipo de parasita prejudicial em frutas cítricas e ter registrado níveis excessivos de pesticidas. Embalagens contendo dois tipos de peixe também deram positivo para coronavírus.

Para a suspensão da exportação de areia para Taiwan, no entanto, não houve qualquer explicação.

*Com informações da AFP e RFI