Após visita, Pelosi lança nota pró-Taiwan e contra a China
Após ter visitado Taiwan, a presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, publicou uma nota sobre a ida ao território. A passagem rápida pela ilha gerou fortes reações da China e criou um mal-estar geopolítico.
Na nota, a representante da Câmara norte-americana falou que "a visita da nossa delegação do Congresso deve ser vista como uma forte declaração de que a América está com Taiwan". Além disso, Pelosi disse que "Taiwan foi impedida de participar em reuniões globais, mais recentemente da Organização Mundial de Saúde, devido a objeções do Partido Comunista Chinês".
A presidente da Câmara afirmou que a China impede Taiwan de "enviar os seus líderes a fóruns globais, mas não podem impedir os líderes mundiais ou qualquer pessoa de viajar para Taiwan para respeitar a sua próspera Democracia, para destacar os seus muitos sucessos e para reafirmar o nosso compromisso de colaboração contínua".
No Twitter, Pelosi publicou um vídeo sobre a visita:
China e Taiwan estão separadas de fato desde 1949, quando as tropas comunistas de Mao Tsé-Tung derrotaram os nacionalistas, que se refugiaram na ilha. Washington reconheceu em 1979 o governo de Pequim como representante da China, mas prosseguiu com o apoio militar a Taiwan.
A "reunificação" da China é uma meta prioritária para o presidente chinês, Xi Jinping, mas o governo autônomo da ilha, apesar de não ser reconhecido pela maioria dos países como independente, resiste à possibilidade.
Ida a Taiwan
Pelosi saiu de Taiwan na noite de ontem (à tarde no Brasil) após uma série de especulações envolvendo seu tour pela Ásia, cujo itinerário não previa oficialmente a parada polêmica.
Ela lembrou que a visita é parte de uma viagem para a região Indo-Pacífica, que inclui também paradas na Malásia, em Singapura, na Coreia do Sul e no Japão.
A democrata é a primeira presidente da Câmara dos Estados Unidos a visitar Taiwan em 25 anos, e as especulações acerca de sua presença foram o suficiente para ameaças e críticas por parte do governo de Xi Jinping.
A reação da China à viagem de Pelosi
Em um novo pronunciamento condenando a visita de Pelosi, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, prometeu "punições" aos que "ofenderem a China", e chamou a iniciativa de farsa.
"É uma farsa pura e simples. Sob o pretexto de democracia, os Estados Unidos violam a soberania da China", declarou o ministro, que participava de uma reunião da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), em Phnom Penh.
As reações chinesas vieram rapidamente também pelas relações comerciais. A China anunciou nesta quarta-feira a suspensão da importação de frutas cítricas e certos peixes de Taiwan, assim como a exportação de areia para a ilha
Pequim afirma ter detectado "repetidamente" um tipo de parasita prejudicial em frutas cítricas e ter registrado níveis excessivos de pesticidas. Embalagens contendo dois tipos de peixe também deram positivo para coronavírus.
Para a suspensão da exportação de areia para Taiwan, no entanto, não houve qualquer explicação.
*Com informações da AFP e RFI
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.