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Israel e palestinos acertam cessar-fogo; número de mortos chega a 41

07/08/2022 13h00Atualizada em 07/08/2022 15h55

O grupo Jihad Islâmica confirmou hoje que chegou a um acordo para uma trégua com Israel graças à mediação do Egito, após três dias de confrontos sangrentos na Faixa de Gaza que deixaram pelo menos 41 palestinos mortos, incluindo 15 crianças.

"Foi concluído há pouco um acordo de trégua egípcio, que inclui o compromisso do Egito de agir em favor da libertação de dois prisioneiros, (Basem) Al Saadi e (Khalil) Awawdeh", disse em um comunicado Mohamed Al Hindi, chefe do braço político da Jihad Islâmica.

O Egito é mediador histórico entre Israel e Gaza.

As ações, lembrando prelúdios de guerras anteriores em Gaza, preocuparam as potências mundiais. No entanto, têm sido relativamente contidas, já que o Hamas, o grupo islâmico que governa a Faixa de Gaza e força mais poderosa do que a Jihad Islâmica que é apoiada pelo Irã, até agora ficou de fora.

Além dos 41 mortos — a maioria civis — 311 pessoas ficaram feridas nos ataques israelenses, informou o ministério da Saúde de Gaza.

7.ago.2022 - Um foguete palestino é disparado da Cidade de Gaza em direção a Israel - Mohammed Abed/AFP - Mohammed Abed/AFP
7.ago.2022 - Um foguete palestino é disparado da Cidade de Gaza em direção a Israel
Imagem: Mohammed Abed/AFP

Os confrontos começaram na sexta-feira e são os mais violentos entre Israel e as organizações armadas de Gaza desde a guerra de 11 dias de maio de 2021 — o conflito terminou com as mortes de 260 pessoas do lado palestino e 14 em Israel.

A nova escalada de violência deixou o pequeno território de 362 quilômetros quadrados e seus 2,3 milhões de habitantes sem a sua única central de energia elétrica, que teve que interromper as atividades por falta de combustível, provocada pelo bloqueio das entradas do enclave por Israel desde terça-feira

Na manhã de hoje, a Jihad Islâmica disparou em direção a Jerusalém, no que descreveu como retaliação pelo assassinato durante a noite de seu comandante no sul de Gaza por Israel - o segundo oficial sênior que perdeu nos combates.

"O sangue dos mártires não será desperdiçado", disse a Jihad Islâmica em um comunicado.

O ataque veio quando os judeus religiosos estavam jejuando em uma comemoração anual de dois templos de Jerusalém destruídos na antiguidade. Israel disse que seu interceptador Iron Dome derrubou os foguetes a oeste da cidade.

Bombardeios e prisões

Hoje, o exército israelense anunciou a detenção de 20 membros da Jihad Islâmica na Cisjordânia ocupada. Outros 20 militantes da organização foram presos ontem, na mesma região.

O comandante de operações do exército israelense, Oded Basik, afirmou em um comunicado que vários membros da "alta cúpula da ala militar da Jihad Islâmica em Gaza foi neutralizada". Entre eles, está Taysir al Jabari "Abu Mahmud", um dos principais líderes do grupo armado, morto na sexta-feira (5) e Khaled Mansour, um alto comandante que faleceu em um ataque em Rafah.

7.ago.2022 - Um míssil do sistema de defesa aérea Iron Dome de Israel intercepta um foguete disparado da Faixa de Gaza acima da cidade israelense de Ashkelon, no sul do país - Gil Cohen-Magen/AFP - Gil Cohen-Magen/AFP
7.ago.2022 - Um míssil do sistema de defesa aérea Iron Dome de Israel intercepta um foguete disparado da Faixa de Gaza acima da cidade israelense de Ashkelon, no sul do país
Imagem: Gil Cohen-Magen/AFP

Israel alega que seus ataques, iniciados há três dias de forma "preventiva" diante de possíveis represálias após a detenção de um líder da Jihad Islâmica na Cisjordânia, são direcionados contra locais de fabricação de armas em Gaza.

Ontem, o exército israelense anunciou que se preparava para uma "operação de uma semana". Já o primeiro-ministro Yair Lapid disse que os ataques continuariam pelo tempo "necessário". De seu lado, a Jihad Islâmica respondeu que o conflito "estava apenas começando".

Até o momento, o Hamas, movimento islamita que governa Gaza desde 2007, não se envolveu nesta escalada de violências. No entanto, fez um alerta em um comunicado contra as "incursões" israelenses que poderiam levar a uma situação "fora de controle".

* Com Reuters e AFP