Avô de suspeito de tentar atirar em Kirchner matou a mulher nos anos 1990
O brasileiro suspeito de tentar matar ontem a vice-presidente argentina, Cristina Kirchner, se mudou ainda criança para a Argentina com a mãe. No entanto, o homem identificado como Fernando Andrés Sabag Montiel, 35, ainda tem parentes brasileiros e um histórico de crimes na família.
Avô matou a mulher. Em 1998, o avô do brasileiro, o chileno José Ernesto Montiel Ahumada, matou a esposa, a brasileira Rosemeire de Souza, e se suicidou logo em seguida.
O crime chegou a ser noticiado em jornais da época. Em uma pequena nota de apenas um parágrafo, o jornal O Estado de São Paulo de 10 de janeiro de 1998 conta que "o chaveiro chileno José Ernesto Montiel Ahumada", à época com 65 anos, "assassinou, por ciúmes, com um tiro na testa, a mulher, a manicure Rosimeire de Souza, de 32 anos. Depois, suicidou-se com um disparo na têmpora direita." O homicídio ocorreu em um apartamento na avenida Ipiranga, no centro de São Paulo.
O casal tinha três filhas que, na época, tinham 8, 6 e 4 anos. As três, que hoje são adultas, vivem em São Paulo. A reportagem do UOL tentou contato com uma delas, que preferiu não falar sobre a família.
Pai chileno. Ahumada também tinha filhos de outros relacionamentos. Um deles é Fernando Ernesto Montiel Araya, justamente o pai do brasileiro suspeito de tentar matar Cristina Kirchner.
Uma fonte ligada à família confirmou a história ao UOL. De acordo com essa mesma fonte, Montiel Araya também é chileno e vivia na Baixada Santista até ser deportado no ano passado.
Ele chegou a ter outros filhos, com mulheres diferentes, além de Fernando Andrés Sabag Montiel, que nasceu em São Paulo e é fruto de um relacionamento com uma namorada argentina.
Deportado após condenações. Montiel Araya, 65, foi expulso do Brasil após uma decisão do TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) de janeiro de 2011. O chileno foi considerado uma pessoa com "maus antecedentes" e "vocacionado a prática de delitos".
Ele havia sido condenado a quatro anos e quatro meses de reclusão por furto qualificado. Segundo a Justiça, Montiel Araya "não apresentou qualquer prova que viabilizasse sua estada de forma legal no Brasil".
Segundo a fonte consultada pelo UOL, por ter filhos brasileiros e ter vivido muitos anos no país, Montiel Araya poderia ter tentado obter a cidadania brasileira, mas, por falta de interesse, nunca foi atrás de se regularizar. De acordo com informações obtidas nas redes sociais, o chileno estaria vivendo na região de Valparaíso, no Chile.
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