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Como imprensa internacional destacou Bolsonaro no 7/9: 'Evento de campanha'

Bolsonaro discursa em Brasília nas comemorações do 7 de setembro - Reprodução/Youtube/Flávio Bolsonaro
Bolsonaro discursa em Brasília nas comemorações do 7 de setembro Imagem: Reprodução/Youtube/Flávio Bolsonaro

Do UOL, em São Paulo*

07/09/2022 13h40Atualizada em 08/09/2022 07h57

A imprensa internacional repercutiu a cerimônia de hoje, em Brasília, em comemoração ao bicentenário da Independência do Brasil e citou a estratégia do presidente Jair Bolsonaro (PL) de usar o tradicional desfile militar como um "evento de campanha" para as eleições presidenciais de outubro.

Reportagem do El País sobre a comemoração do 7 de Setembro que teve Bolsonaro como centro das atenções - Reprodução - Reprodução
Reportagem do El País sobre a comemoração do 7 de Setembro que teve Bolsonaro como centro das atenções
Imagem: Reprodução

Segundo reportagem do jornal El País, da Espanha, "o presidente de extrema-direita pretende capitalizar o bicentenário, reunir uma multidão de seguidores nas ruas para desmentir pesquisas que o colocam atrás Lula e dar impulso definitivo em sua campanha".

Depois de participar do desfile militar na Esplanada dos Ministérios durante a manhã, Bolsonaro discursou em um comício em que atacou mulheres e pesquisas de intenção de votos, mas evitou embate com o STF (Supremo Tribunal Federal).

Embora tenha evitado os conflitos, as falas do chefe do Executivo tiveram pedido de votos e seguiram tom de campanha eleitoral.

"Vamos convencer aquelas pessoas que pensam diferente de nós, vamos convencê-los do que é melhor para o nosso Brasil", afirmou Bolsonaro.

O Washington Post, dos Estados Unidos, também seguiu a mesma linha do veículo espanhol e disse que Bolsonaro "tomou para si a missão de incentivar o patriotismo brasileiro, e cooptou as cores nacionais verde e amarela como suas".

"Ele preencheu sua administração com oficiais militares e buscou repetidamente seu apoio, mais recentemente para lançar dúvidas sobre a confiabilidade do sistema de votação eletrônica do país", afirmou o jornal.

O Washington Post disse que Bolsonaro transformou comemoração do bicentenário em evento para ele - Reprodução - Reprodução
O Washington Post disse que Bolsonaro transformou comemoração do bicentenário em evento para ele
Imagem: Reprodução

Já a CNN disse que, embora o 7 de Setembro seja um feriado nacional apartidário, "o presidente muitas vezes se refere a isso como um marco importante em sua campanha de reeleição, dizendo aos apoiadores que se preparem para 'dar suas vidas' nesse dia".

O site da emissora também classificou a estratégia do brasileiro como "uma escalada de retórica" até para o próprio Bolsonaro.

Site da CNN com reportagem sobre o presidente Jair Bolsonaro - Reprodução - Reprodução
Site da CNN com reportagem sobre o presidente Jair Bolsonaro
Imagem: Reprodução

A agência Reuters, por sua vez, afirmou que o mandatário "misturou" desfiles militares do Dia da Independência com atos de campanha, citando críticas feitas por opositores à gestão dele.

Agência Reuters disse que Bolsonaro misturou comemoração do 7 de Setembro com evento de campanha - Reprodução - Reprodução
Agência Reuters disse que Bolsonaro misturou comemoração do 7 de Setembro com evento de campanha
Imagem: Reprodução

A imprensa francesa também abordou as as celebrações do bicentenário da Independência no Brasil, que "se transformaram em um imenso comício eleitoral" de Bolsonaro.

"A comemoração, que deveria ser uma grande festa nacional, foi confiscada por Bolsonaro - não o chefe de Estado, mas o candidato. É como se um presidente francês usasse o 14 de Julho para fazer campanha", compara o editorial da emissora RTL. "Bolsonaro chamou seus apoiadores para manifestar e parasitar as celebrações (...). Nem os nossos populistas são tão vulgares quanto Bolsonaro", diz o texto.

O jornal Le Monde acompanhou a movimentação no Rio de Janeiro, transformado em um "imenso comício eleitoral". Caminhões de som incitavam os participantes a "desligar a televisão" porque a "imprensa e as pesquisas mentem".

"Neste ano, o presidente se privou de conclamar a ruptura institucional ou contestar a urna eletrônica. Mas seus apoiadores fizeram isso por ele e previam o apocalipse 'se os comunistas' voltarem ao poder", destaca o Libération, também com cobertura no Rio de Janeiro.