Ucrânia avança sobre a Rússia na guerra; entenda a contraofensiva
A comemoração do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, que zombou da Rússia, segundo a Associated Press, afirmando que "mostrar as costas é o melhor que podem fazer", é motivada por um rápido avanço das tropas ucranianas nos últimos dias. A contraofensiva é reconhecida pelos próprios russos.
Hoje, Zelensky disse que suas forças retomaram mais de 3 mil quilômetros quadrados em uma contraofensiva rápida no leste da Ucrânia. Isso significa que as forças de Kiev mais que triplicaram seus ganhos em pouco mais de 24 horas.
Ontem, a Rússia anunciou retirada de tropas na região de Kharkiv - recuo de áreas estrategicamente vitais no nordeste da Ucrânia marca a maior derrota de Moscou no campo de batalha desde que suas forças foram obrigadas a sair dos arredores de Kiev, em março.
O Ministério da Defesa da Rússia disse que está retirando forças de duas áreas na região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia onde uma contraofensiva ucraniana fez avanços significativos nos últimos dias.
O porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, disse que as tropas serão reagrupadas das áreas de Balaklia e Izium, na região de Kharkiv, para a vizinha região de Donetsk.
O anúncio da retirada russa veio horas depois que as tropas ucranianas capturaram a cidade de Kupiansk, mais ao norte do país, o único centro ferroviário que abastece toda a linha de frente da Rússia no nordeste da Ucrânia. Isso deixou milhares de soldados russos sem suprimentos de forma abrupta em um trecho do front de guerra que tem visto umas das batalhas mais intensas do conflito.
Vídeos compartilhados nas redes sociais pelas Forças Armadas da Ucrânia mostram soldados hasteando bandeiras do país em diferentes cidades reconquistadas pelos soldados de Kiev.
Ucrânia desliga maior usina nuclear da Europa
Hoje, a Ucrânia conquistou outro objetivo durante a guerra: desligar o o último dos seis reatores que ainda estava em operação na usina nuclear de Zaporizhzhia, atualmente ocupada por tropas russas. Com isso, a planta foi desconectada da rede elétrica e deixa de gerar eletricidade.
A maior usina nuclear da Europa foi tomada por forças russas nos primeiros dias de sua invasão ao país vizinho, e se tornou palco de violentos combates após investidas das tropas locais para tentar retomar o controle da usina.
Segundo a Energoatom, o desligamento foi possível após o restabelecimento no fornecimento de eletricidade à usina, que havia sido cortado na segunda-feira devido a combates na região. A agência disse que uma das linhas que ligava a central à rede nacional ucraniana de eletricidade foi restaurada na noite de sábado, permitindo à empresa desligar o último reator.
A operação ocorreu poucos dias após a divulgação do relatório dos inspetores da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) sobre as condições do local. A missão da ONU que inspecionou a usina nuclear de Zaporizhzhia alertou para ameaças à segurança que poderiam resultar em vazamentos de radiação, após relatarem "danos extensivos" em algumas estruturas.
Putin é cobrado após avanço
Nacionalistas russos pediram furiosamente hoje que o presidente Vladimir Putin faça mudanças imediatas para garantir a vitória na guerra da Ucrânia, um dia após Moscou ser forçada a abandonar seu principal bastião no nordeste ucraniano.
Enquanto as forças russas abandonavam cidade por cidade no sábado, Putin inaugurava a maior roda gigante da Europa em um parque de Moscou, enquanto fogos de artifício iluminavam o céu sobre a Praça Vermelha para celebrar a fundação da cidade em 1147.
Em uma mensagem de voz de 11 minutos publicada no aplicativo de mensagens Telegram, o líder checheno Ramzan Kadyrov, um aliado de Putin cujas tropas participam da campanha na Ucrânia, descartou a perda de Izium, um importante centro de suprimentos. Mas ele admitiu que a campanha não estava indo como planejado.
"Se hoje ou amanhã não forem feitas mudanças na condução da operação militar especial, serei forçado a ir à liderança do país para explicar a situação", disse Kadyrov.
*Com informações da Reuters, Deutsche Welle e BBC News
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