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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Rússia está pronta para defesa com armas nucleares, diz aliado de Putin

Dmitri Medvedev ao do presidente da Rússia, Vladimir Putin - Sputnik/Alexey Nikolsky/Kremlin via REUTERS
Dmitri Medvedev ao do presidente da Rússia, Vladimir Putin Imagem: Sputnik/Alexey Nikolsky/Kremlin via REUTERS

Do UOL, em São Paulo

22/09/2022 07h38Atualizada em 22/09/2022 08h22

O ex-presidente da Rússia e atual vice-presidente do Conselho de Segurança do país, Dimitri Medvedev, afirmou hoje que a Rússia está "pronta" para usar armas nucleares, caso países da Europa ou integrantes da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) ataquem a Crimeia ou outros territórios russos.

O establishment ocidental, em geral, todos os cidadãos dos países da Otan, precisam entender que a Rússia escolheu seu próprio caminho. Não há caminho de volta.
Dimitri Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia

A mensagem foi publicada pelo aliado do presidente Vladimir Putin em um canal dele no aplicativo de mensagens Telegram.

De acordo com o comunicado de Medvedev, as consultas populares anunciadas nos últimos dias por separatistas pró-Rússia para a anexação dos territórios ucranianos serão realizadas, pois foram aceitas por Moscou, e essas regiões também serão protegidas.

"A Rússia anunciou que não apenas a capacidade de mobilização, mas também quaisquer armas russas, incluindo armas nucleares estratégicas e armas baseadas em novos princípios, poderiam ser usadas para tal proteção", acrescentou.

"Portanto, vários idiotas aposentados com listras de generais não precisam nos assustar com a conversa sobre um ataque da Otan na Crimeia."

Referendos em regiões de intensos combates

Um referendo de anexação de Zaporíjia, no sul da Ucrânia, à Rússia, será realizado entre 23 e 27 de setembro, de acordo com anúncio feito na última terça-feira (20) pela administração da ocupação russa que controla uma parte deste território ucraniano.

O anúncio ocorreu pouco após as forças russas em Lugansk, Donetsk e Kherson terem anunciado plebiscitos semelhantes nas mesmas datas.

"Hoje, eu assinei uma ordem sobre a realização do referendo para a adesão territorial" de Zaporíjia, anunciou no Telegram o chefe da administração da ocupação russa, Evgueni Balitski.

Os referendos acontecerão enquanto a Ucrânia entra no oitavo mês de guerra. As zonas para votação ainda estão sob bombardeios e são palco de combates.

Rússia anunciou mobilização de 300 mil homens

Putin elevou a tensão com a Ucrânia ontem ao anunciar uma mobilização militar parcial na Rússia, a primeira que vive o país desde a Segunda Guerra Mundial.

No discurso que ele fez na TV, o presidente russo disse ter acesso a "vários meios de destruição", sugerindo a possibilidade de adoção de armas nucleares.

Não estou blefando. Os cidadãos da Rússia podem ter certeza da integridade territorial da nossa nação, nossa independência e liberdade serão garantidas. Vou enfatizar isso novamente, com todos os meios ao nosso dispor. E os que tentarem nos chantagear com armas nucleares devem saber que os ventos predominantes podem se virar na direção deles." Vladimir Putin, presidente da Rússia, em discurso na TV

Zelensky diz não acreditar que Putin use armas nucleares

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reagiu à fala de seu homólogo russo. "Não acredito que ele use essas armas, não acho que o mundo permitirá que ele faça isso", disse Zelensky em entrevista ao jornal alemão Bild. Ele, porém, não descartou totalmente a possibilidade.

"Não dá para saber o que acontece dentro da cabeça dele, há riscos. Mas, amanhã, Putin pode dizer: 'Além da Ucrânia, também queremos parte da Polônia, caso contrário usaremos armas nucleares'. Não podemos fazer essas concessões."