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Guerra da Rússia-Ucrânia

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EUA emitem alerta e orientam que americanos deixem a Rússia 'imediatamente'

Aviões da companhia áerea russa aeroflot no Aeroporto Internacional Sheremetyevo em Moscou, Rússia - Marina Lystseva/Reuters
Aviões da companhia áerea russa aeroflot no Aeroporto Internacional Sheremetyevo em Moscou, Rússia Imagem: Marina Lystseva/Reuters

Do UOL, em São Paulo

28/09/2022 21h51Atualizada em 28/09/2022 21h51

A Embaixada dos Estados Unidos em Moscou emitiu um alerta de segurança e orientou que os cidadãos americanos com dupla cidadania deixem a Rússia "imediatamente", enquanto ainda há opções. A recomendação vem após reservistas russos serem convocados para apoiar a ofensiva na Ucrânia.

"A Rússia pode se recusar a reconhecer a cidadania americana de cidadãos com dupla nacionalidade, negar seu acesso à assistência consular dos EUA, impedir sua saída da Rússia e recrutar cidadãos com dupla nacionalidade para o serviço militar", diz o comunicado.

O alerta ressalta que as opções de voos comerciais são "extremamente limitadas", mas que as rotas terrestres de carro e ônibus ainda estão abertas. Por isso, indicaram que, aqueles que desejam deixar a Rússia e que podem fazer isso por contra própria, não devem esperar porque a "Embaixada dos EUA tem severas limitações em sua capacidade de ajudar os cidadãos".

O comunicado também diz que americanos não devem viajar até a Rússia. A Embaixada ainda ressaltou que naquele país "o direito à reunião pacífica e à liberdade de expressão não são garantidos" e que, por isso, devem evitar qualquer protesto político ou social porque "as autoridades russas prenderam cidadãos americanos que participaram de manifestações".

Reservistas do exército da Rússia partem para treinamento militar  - ALEXEY PAVLISHAK/REUTERS - ALEXEY PAVLISHAK/REUTERS
Reservistas do exército da Rússia partem para treinamento militar
Imagem: ALEXEY PAVLISHAK/REUTERS

Mobilização parcial foi anunciada por Putin. Na semana passada, o presidente russo convocou cerca de 300 mil reservistas do Exército russo para continuar sua campanha de guerra no país vizinho, além de um aumento no financiamento para impulsionar a produção de armas da Rússia.

"Repito, estamos falando de mobilização parcial, ou seja, somente os cidadãos que estão atualmente na reserva estarão sujeitos ao alistamento e, acima de tudo, aqueles que serviram nas forças armadas têm uma certa especialidade militar e experiência relevante", disse.

Na mesma ocasião, o líder russo ameaçou fazer uso de armas nucleares no conflito caso identificasse perigos à Rússia.

Aumenta número de russos que fogem para o exterior. O anúncio gerou manifestações — reprimidas com prisões em massa — e fuga para os países vizinhos. Geórgia e Cazaquistão, dois países com fronteira com a Rússia, confirmaram um aumento expressivo da chegada de russos desde semana passada.

O número de russos que chegam diariamente à vizinha Geórgia praticamente dobrou a quase 10 mil pessoas por dia.

"O número subiu a quase 10 mil por dia. Foram 11.200 no domingo e um pouco menos de 10 mil na segunda-feira, contra 5 mil a 6 mil antes do anúncio de Putin em 21 de setembro", afirmou o ministro do Interior da Geórgia, Vakhtang Gomelauri.

No Cazaquistão, uma ex-república soviética na Ásia Central, as autoridades informaram que 98 mil cidadãos russos chegaram ao país desde 21 de setembro, mas não divulgaram dados de comparação com a semana anterior.

Quem fugir ou se negar a prestar serviço militar, porém, poderá encarar pena de prisão de cinco a 10 anos, mesma para aqueles que voluntariamente se renderem ao inimigo, segundo uma nova lei assinada por Putin após a convocação parcial.

Para Galina, de 65 anos, e sua família, a mobilização é "mais um duro golpe", já que sua filha está em tratamento contra o câncer, seu genro foi convocado e a filha de ambos tem apenas 12 anos.

"Ele trabalhava no setor da construção civil. No Exército, foi francoatirador", conta Galina, ao lado da neta Micha. "Como será a vida agora e por quanto tempo? Não sei", lamenta.

"Disseram que os enviariam à base militar próxima a Zelenogorsk", nos arredores de São Petersburgo, afirmou Galina.

"Se pensamos em fugir da mobilização? Não, em absoluto. Não temos para onde ir".

*Com informações da AFP