EUA: 'Onda vermelha gigante' prevista não aconteceu nas eleições, diz Biden
O presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, discursou nesta quarta-feira (9) sobre as eleições norte-americanas de meio de mandato ocorridas ontem. Biden declarou que a "onda vermelha gigante" que estava prevista com a vitória massiva de políticos do partido Republicano não aconteceu.
Apesar de não ter todos os resultados já divulgados, o político norte-americano analisou as vitórias contabilizadas até esta quarta-feira. Esperava-se que as eleições de meio de mandato abrissem o caminho para a candidatura presidencial do ex-presidente Donald Trump em 2024, mas segundo especialistas, teria acontecido o contrário: a noite de votação foi decepcionante para o republicano, que agora vê os resultados fortalecerem seu principal adversário dentro do partido, o governador reeleito da Flórida, Ron DeSantis.
"Enquanto a imprensa e especialistas estão prevendo uma onda vermelha gigante, isso não aconteceu. (...) Eu sei que você ficou um pouco irritado com meu otimismo obsessivo, mas me senti bem durante todo o processo", disse o presidente norte-americano.
Apesar de a "onda vermelha gigante" não ter ocorrido na percepção do democrata, ele lamentou qualquer perda de cadeira pelo seu partido, mas ressaltou que os democratas "perderam menos cadeiras na Câmara dos Deputados do que a primeira eleição de meio de mandato de qualquer presidente democrata nos últimos 40 anos".
Segundo a CNN Internacional, Biden também comentou que seria um "bom dia para a democracia" e um "bom dia para a América". "Nossa democracia foi posta à prova nos últimos anos, mas com seus votos, o povo americano falou e demonstrou mais uma vez que a democracia é o que somos", disse, completando que a votação aconteceu "sem muita interferência em tudo ou qualquer coisa".
Apesar da declaração, problemas com dezenas de máquinas eletrônicas de contagem de cédulas no Estado norte-americano do Arizona na terça-feira foram usados pelo ex-presidente republicano Donald Trump e seus seguidores, que alegaram falsamente que aquilo seria uma evidência de fraude eleitoral cometida pelos democratas.
Atuação com os Republicanos. Biden ainda afirmou que "está preparado para trabalhar com os republicanos" caso os políticos obtenham a maioria das 435 cadeiras na Câmara dos Deputados do país, mas destacou que não fará concessões sobre alguns temas.
Se os Republicanos tiverem a maioria na Câmara, eles conseguirão pautar a agenda da Casa, poderão controlar comitês poderosos e fazer intimações. Eles já sinalizaram o desejo pautar investigações sobre o governo atual com prioridade. Biden ainda disse achar que os democratas podem conseguir manter a maioria na Câmara, porém a diferença entre eles e os republicanos pode ser pequena.
"Estou preparado para trabalhar com meus colegas republicanos. O povo americano deixou claro, eu acho, que eles esperam que os republicanos estejam preparados para trabalhar comigo também. (...) Sempre há pessoas suficientes na outra equipe, seja democrata ou republicano, que o partido oposto possa apelar, talvez selecioná-los para obter ajuda."
Biden disse que não irá "apoiar alguma proposta republicana que vá piorar a inflação" e "não vou me afastar dos compromissos históricos que acabamos de fazer para enfrentar a crise climática". Ele ainda disse que "não pode controlar" investigações dos republicanos sobre sua gestão, mas acredita que o povo do país quer que o governo "siga em frente e faça as coisas para eles".
"Acho que o povo americano vai olhar para tudo isso pelo que é. É quase comédia. Quero dizer, é , mas você sabe, olhe, não posso controlar o que eles vão fazer. Tudo o que posso fazer é continuar tentando tornar a vida melhor para o povo americano."
'Entendo' a frustração dos eleitores, diz Biden. Em discurso, o presidente norte-americano apontou que os votos do eleitorado mostrou que eles estão "frustrados".
"Os eleitores também deixaram claro que ainda estão frustrados. Eu entendo. Entendo que foram anos muito difíceis neste país para tantas pessoas", disse Biden, completando que a sua gestão enfrentou dificuldades, entre elas a pandemia da covid-19 e uma economia incerta.
"Nós estamos apenas começando. O interessante é que tudo isso vai realmente ficar claro para as pessoas nos meses de janeiro, fevereiro, março do próximo ano. Está apenas começando. Então, estou otimista sobre como o público será ainda mais compreensivo com o que fizemos", disse o presidente.
Biden ainda disse ter a intenção de concorrer à reeleição em 2024. "Nossa intenção é concorrer novamente. Essa tem sido nossa intenção. Independentemente do resultado desta eleição."
*Com AFP e Reuters
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