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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Putin diz que riscos de uma guerra nuclear estão aumentando

Vladimir Putin, presidente da Rússia, falou em defender território russo "com todos os meios possíveis" - Sputnik/Mikhail Metzel/Pool via REUTERS
Vladimir Putin, presidente da Rússia, falou em defender território russo "com todos os meios possíveis" Imagem: Sputnik/Mikhail Metzel/Pool via REUTERS

Do UOL, em São Paulo*

07/12/2022 14h01

O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quarta-feira (7) que o risco de uma guerra nuclear está aumentando, mas insistiu que a Rússia não "enlouqueceu" e que vê seu próprio arsenal nuclear como puramente defensivo.

No entanto, Putin afirmou que a Rússia defenderá seu território e seus aliados "com todos os meios disponíveis", acrescentando que foram os Estados Unidos, não a Rússia, que implantaram as chamadas armas nucleares "táticas" em outros países.

A declaração foi dada durante reunião com o Conselho de Direitos Humanos russo, transmitida pela TV, na qual Putin também admitiu que o conflito na Ucrânia pode se prolongar.

Desde o início da invasão, em 24 de fevereiro, altos funcionários russos evocaram a possibilidade de recorrer a armas nucleares caso o Estado russo se visse ameaçado em sua integridade territorial, o que inclui as regiões anexadas da Ucrânia.

Essas declarações despertaram temores e acusações em todo o mundo. Mas a declaração de Putin pareceu afastar essas preocupações, ao menos no que se refere a um apocalipse desencadeado pela Rússia.

"Não ficamos loucos, sabemos o que são as armas nucleares", declarou Putin em uma reunião televisionada com o Conselho de Direitos Humanos russo.

"Consideramos as armas de destruição em massa, a arma nuclear, como um meio de defesa. (Usá-la) se baseia no que chamamos de 'ataque em represália': se nos atacam, respondemos", afirmou.

O porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, negou-se a responder diretamente a Putin, mas apontou que "qualquer conversa fiada sobre armas nucleares é absolutamente irresponsável".

Otan considera Rússia culpada de guerra na Ucrânia. O chefe da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, considera que a Rússia é a culpada por não existir chance de negociação com a Ucrânia.

Segundo o jornal britânico Financial Times, ele pediu para os países membros da aliança continuarem a fornecer armas à Ucrânia, pois a Rússia estaria se preparando para um ataque na primavera.

Na última semana, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que estava preparado e se colocou à disposição para dialogar com Vladimir Putin para discutir alguma forma de encerrar a guerra.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, também foi na mesma linha e disse à Putin para "chegar o mais rápido possível a uma solução diplomática, incluindo a retirada das tropas russas".

Ataque da Ucrânia com drone. Nesta terça-feira (6), um terceiro aeródromo russo foi incendiado por um ataque de drone, um dia depois de a Ucrânia demonstrar uma aparente nova capacidade de penetrar centenas de quilômetros no espaço aéreo russo com ataques a duas bases aéreas da Rússia.

Autoridades da cidade russa de Kursk, localizada perto da Ucrânia, divulgaram fotos de fumaça preta sobre um aeródromo nas primeiras horas da manhã, após o último ataque. Uma autoridade disse que um tanque de armazenamento de óleo foi incendiado, mas não houve vítimas.

* Com informações da Reuters e AFP