Estudo descobre clitóris em cobras fêmeas e muda noção sobre acasalamento
Um estudo feito por cientistas australianos e norte-americanos comprovou pela primeira vez a existência de um clitóris em cobras fêmeas.
A pesquisa, publicada hoje na revista científica Proceedings Of The Royal Society, analisou nove espécies dos répteis por meio de dissecação de corpos e por técnicas de raio x em 3D.
Segundo a pesquisa, o time de cientistas se debruçou sobre estudos antigos que identificaram a estrutura fisiológica das cobras por meio de análise de células. Cobras-da-morte foram os primeiros espécimes analisados para a pesquisa.
Um grupo liderado pela pesquisadora Megan Folwell, da Universidade de Adelaide, encontrou o órgão, descrito como de formato triangular (como um coração), rico em nervos e que possivelmente aumentaria de tamanho ao ser estimulado durante a cópula.
O clitóris das cobras foi encontrado ao lado de glândulas de odor e abaixo da cloaca dos animais, na região da cauda.
O órgão foi comparado com os hemipênis, parte reprodutora das cobras machos.
"Esses fatores sugerem que os hemiclitóris das cobras têm uma função significativa no processo de acasalamento e definitivamente mostram que os hemiclitóris não são hemipênis subdesenvolvidos, nem glândulas de odor, como erroneamente apontado anteriormente", afirma trecho da publicação.
A expectativa dos cientistas é de que a descoberta do clitóris ajude em investigações futuras sobre o sistema reprodutivo e a evolução das cobras.
"A descoberta é importante porque normalmente o acasalamento de cobras é imaginado como uma situação de coerção das fêmeas, não como um processo de sedução", explicou a bióloga Kate Sanders, outra envolvida na pesquisa, em pronunciamento à imprensa.
Ferramenta de prazer?
Na natureza, até então, o clitóris já havia sido identificado em diversas espécies de mamíferos. A ciência ainda não tem clareza se em todos os casos ele corresponde à capacidade de ter prazer durante a interação sexual.
Nos golfinhos, no entanto, um estudo de 2019, publicado na American Association of Anatomists pelas pesquisadoras Dara Orbach e Patricia Brennan apontou não apenas a semelhança do órgão do cetáceo com as mulheres, mas a capacidade do animal em sentir prazer e continuar tendo interações sexuais mesmo sem a finalidade de reprodução.
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