Topo

Esse conteúdo é antigo

Jaguatirica rara vive na Colômbia e preocupa cientistas

Jaguatirica albina vive em cativeiro na Colômbia - Parque de la Conservación de Medellín/Divulgação
Jaguatirica albina vive em cativeiro na Colômbia Imagem: Parque de la Conservación de Medellín/Divulgação

Colaboração para Uol, de São Paulo

06/01/2023 21h50

A única jaguatirica (Leopardus pardalis) albina do mundo vive na Colômbia e não enxerga. A pequena fêmea estava desnutrida, com problemas digestivos e respiratórios quando foi resgatada. A saúde do animal é frágil e preocupa os cientistas. Por conta disso, a jaguatirica é supervisionada por uma equipe médica 24 horas.

A fêmea hoje pesa 28 quilos, quando em novembro de 2021 foi descoberta com poucas semanas de vida no município de Amalfi, na região colombiana de Antioquia, ela estava com apenas 440 gramas. Os pelos brancos, cegueira e a visível irrigação de sangue em suas íris, que torna os olhos vermelhos, eram evidências da ausência de melamina.

Segundo especialistas ouvidos pelo El País, esta falta de melamina é um indício da deterioração das matas nativas de Antioquia.

A bióloga Catalina Díaz Vasco explicou ao jornal espanhol, que o albinismo é uma mutação recessiva que só é ativada quando ambos os pais carregam o mesmo gene. Portanto, a jaguatirica albina é a prova de altos níveis de consanguinidade na população em que habita, o que leva cientistas a pensarem que a espécie possa desaparecer localmente.

A bióloga afirma que não é comum que dois portadores coincidam, a menos que vivam em pequenas populações.

A mutação genética vem geralmente acompanhada de outras graves doenças, como deformidades cardíacas ou problemas renais.

Jaguatirica rara recebe cuidados médicos 24h por dia - Parque de la Conservación de Medellín/Divulgação - Parque de la Conservación de Medellín/Divulgação
Animal raro recebe cuidados médicos 24h por dia
Imagem: Parque de la Conservación de Medellín/Divulgação

A bióloga Catalina Díaz Vasco conta que as pesquisas com a jaguatirica vão ajudar quem tem interesse em estudar mutações genéticas raras em felinos, contudo, ela chama a atenção para a má condição como foi encontrado o animal.

Os felinos estão em situação vulnerável porque a atividade humana aumentou na área onde vivem. De acordo com um relatório do Observatório Florestal de Antioquia, cerca de 490.000 hectares de floresta foram perdidos em Antioquia entre 2000 e 2019.

A pecuária, mineração e plantações de café interrompem os corredores naturais que conectam as florestas, e isso afeta a capacidade de reprodução das jaguatiricas com espécimes mais geneticamente diversos.