Recusa em vender munições é para não entrar na guerra da Ucrânia, diz Lula
O presidente Lula (PT) voltou a defender, durante entrevista à CNN Brasil divulgada hoje, a formação de um grupo para chegar a uma solução sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia. O petista disse que não poderia fornecer munições, caso contrário, participaria do conflito.
Se eu vendo as munições para o canhão que a Alemanha vai dar para a Ucrânia, significa que o Brasil está entrando na guerra. E eu não quero entrar na guerra, eu quero acabar com essa guerra."
Presidente Lula
Lula vai à China em março para se encontrar com o presidente chinês Xi Jinping. O petista disse que vai sugerir ao homólogo a criação de um grupo para debater a guerra entre Rússia e Ucrânia com o objetivo de dar fim ao conflito.
Semana passada, durante encontro com o presidente norte-americano, Joe Biden, o brasileiro já havia falado na ideia da formação de um grupo.
"Eu estou convencido de que é preciso encontrar uma saída para colocar fim a essa guerra. E senti da parte do presidente Biden a mesma preocupação, porque ninguém quer que essa guerra continue. É preciso que tenha parceiros capazes de construir um grupo de negociadores que os dois lados acreditem", disse Lula, na ocasião.
Apelo ao Brasil. Os Estados Unidos querem "que o Brasil calce os sapatos da Ucrânia" e condene a invasão da Rússia ao país do leste europeu de forma mais incisiva, disse hoje a subsecretária de Assuntos Políticos do Departamento de Estado americano, Victoria Nuland.
Se [o Brasil] tivesse um grande vizinho pegando pedaços de seu território e o invadindo com militares, esperaria e ansiaria pelo apoio da comunidade democrática para resistir e repelir isso?", questionou em conversa com jornalistas. "Trata-se de defender a Carta da ONU e as regras do mundo que permitiram que nossos filhos crescessem em um ambiente internacional relativamente civilizado
A fala desta quinta representa um aumento do tom do governo americano quanto à postura do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), herdada da gestão Jair Bolsonaro (PL), de evitar interferência mais direta no conflito. O novo presidente brasileiro negou pedido da Alemanha para repassar munições a tanques do lado ucraniano e afirmou na última semana que "o Brasil não participará" da guerra.
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