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Beluga russa, golfinho e pássaros: como animais são usados para espionagem

Beluga espiã foi vista na Noruega e alertou locais - Reprodução/Youtube
Beluga espiã foi vista na Noruega e alertou locais Imagem: Reprodução/Youtube

Colaboração para o UOL

12/06/2023 04h00

Uma baleia "beluga" apontada como um animal de espionagem da Rússia foi vista na costa da Suécia. Ela já tinha se tornado notícia mundial em 2019, quando apareceu na Noruega usando uma coleira com a identificação: "equipamento de São Petersburgo [cidade da Rússia]".

Apesar de não confirmado pelo Kremlin, o uso de animais para buscar informações de inimigos não é uma novidade:

Golfinhos e leões-marinhos da Marinha dos Estados Unidos

Durante a Guerra Fria, a Marinha norte-americana teve um programa para treinamento de golfinhos e leões-marinhos. O projeto usava os animais para localizar minas e outros objetos que representassem perigo no fundo do mar.

Os Estados Unidos colocaram os golfinhos do programa no Golfo durante a Guerra do Iraque. Segundo a BBC, a Marinha fez isso com o intuito justamente de ajudar as equipes de remoção de minas.

Pássaros da CIA

Também durante a Guerra Fria, os pássaros foram a figura central de um programa da CIA. A agência de inteligência norte-americana publicou dezenas de documentos sobre programas de treinamento de gatos, cães, golfinhos e pássaros que pretendia utilizar como "espiões".

Pombos, falcões, corvos, corujas e aves migratórias. A agência percebia os pássaros como "sensores vivos" que, sobre a base de sua alimentação, podiam revelar em suas entranhas as substâncias que os soviéticos estavam experimentando.

Golfinhos e belugas da Rússia

Na Guerra da Ucrânia, a utilização de golfinhos voltou a ser destaque. H. I. Sutton, especialista vinculado ao Instituto Naval dos EUA, divulgou no Twitter que golfinhos treinados estavam sendo levados para a entrada do porto de Sebastopol, na Crimeia — a principal base naval russa no mar Negro.

Golfinho brinca com bola durante sessão de treinamento no Aquário de Golfinhos de Sebastopol - Olga Maltseva/AFP - Olga Maltseva/AFP
31.mar.2014 - Golfinho brinca com bola durante sessão de treinamento no Aquário de Golfinhos de Sebastopol, na Crimeia. O aquário foi criado em 1965 em uma base da Marinha da União Soviética. Os golfinhos são treinados para encontrar torpedos, minas e munição submersa em profundidades de até 120 metros
Imagem: Olga Maltseva/AFP

Parte deste "exército" de golfinhos pertencia à União Soviética. Com a dissolução do bloco, eles ficaram com a Ucrânia, mas voltaram às forças armadas russas quando houve a anexação da Crimeia, em 2014.

Em sua base na Crimeia, os golfinhos soviéticos foram treinados para plantar explosivos em navios inimigos e detectar torpedos, minas e munições e destroços abandonados no fundo do mar Negro.

Além deles, a famosa beluga espiã foi avistada na Noruega e na Suécia, gerando alerta nas autoridades locais, que pediram à população para não se aproximarem da pequena baleia. Os russos seguem em silêncio sobre a posse do bicho.

beluga - Reprodução/Youtube - Reprodução/Youtube
Beluga espiã foi vista na Noruega e alertou locais
Imagem: Reprodução/Youtube