Beluga russa, golfinho e pássaros: como animais são usados para espionagem
Uma baleia "beluga" apontada como um animal de espionagem da Rússia foi vista na costa da Suécia. Ela já tinha se tornado notícia mundial em 2019, quando apareceu na Noruega usando uma coleira com a identificação: "equipamento de São Petersburgo [cidade da Rússia]".
Apesar de não confirmado pelo Kremlin, o uso de animais para buscar informações de inimigos não é uma novidade:
Golfinhos e leões-marinhos da Marinha dos Estados Unidos
Durante a Guerra Fria, a Marinha norte-americana teve um programa para treinamento de golfinhos e leões-marinhos. O projeto usava os animais para localizar minas e outros objetos que representassem perigo no fundo do mar.
Os Estados Unidos colocaram os golfinhos do programa no Golfo durante a Guerra do Iraque. Segundo a BBC, a Marinha fez isso com o intuito justamente de ajudar as equipes de remoção de minas.
Pássaros da CIA
Também durante a Guerra Fria, os pássaros foram a figura central de um programa da CIA. A agência de inteligência norte-americana publicou dezenas de documentos sobre programas de treinamento de gatos, cães, golfinhos e pássaros que pretendia utilizar como "espiões".
Pombos, falcões, corvos, corujas e aves migratórias. A agência percebia os pássaros como "sensores vivos" que, sobre a base de sua alimentação, podiam revelar em suas entranhas as substâncias que os soviéticos estavam experimentando.
Golfinhos e belugas da Rússia
Na Guerra da Ucrânia, a utilização de golfinhos voltou a ser destaque. H. I. Sutton, especialista vinculado ao Instituto Naval dos EUA, divulgou no Twitter que golfinhos treinados estavam sendo levados para a entrada do porto de Sebastopol, na Crimeia — a principal base naval russa no mar Negro.
Parte deste "exército" de golfinhos pertencia à União Soviética. Com a dissolução do bloco, eles ficaram com a Ucrânia, mas voltaram às forças armadas russas quando houve a anexação da Crimeia, em 2014.
Em sua base na Crimeia, os golfinhos soviéticos foram treinados para plantar explosivos em navios inimigos e detectar torpedos, minas e munições e destroços abandonados no fundo do mar Negro.
Além deles, a famosa beluga espiã foi avistada na Noruega e na Suécia, gerando alerta nas autoridades locais, que pediram à população para não se aproximarem da pequena baleia. Os russos seguem em silêncio sobre a posse do bicho.
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