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Ex-diretora diz que piloto foi demitido após reportar falhas em submersível

O submersível Titan, da OceanGate - Reprodução / OceanGate
O submersível Titan, da OceanGate Imagem: Reprodução / OceanGate

Do UOL, em São Paulo

04/07/2023 20h28Atualizada em 05/07/2023 07h31

Uma ex-diretora de finanças e administração da empresa OceanGate, responsável pelo submersível que implodiu com cinco pessoas a bordo, afirmou que o ex-piloto-chefe foi demitido da empresa após a reportar falhas na embarcação.

O que aconteceu:

A mulher, que não foi identificada, contou que o piloto-chefe do submersível à época, David Lochridge, reportou falhas nos processos de projeto e construção, e criticou questões de design da embarcação em 2018. A fala foi concedida a Ben Taub, da revista norte-americana The New Yorker.

O homem também indicou as ações corretivas e afirmou que o Titan "não deveria ser tripulado durante nenhum dos próximos testes". Lochridge chegou a ser processado pela OceanGate no mesmo ano que avisou sobre os problemas. Ele rebateu a empresa na Justiça.

A reportagem apontou conversas do ex-piloto-chefe com outros especialistas que também levantaram preocupações com o Titan, inclusive com o CEO da empresa, Stockton Rush (que pilotava o submersível durante o acidente).

A mulher disse que o CEO teria pedido para ela virar piloto-chefe do Titan após a demissão de Lochridge. Ela relatou também que havia diversos engenheiros na empresa na casa dos 20 anos e que recebiam US$ 15 dólares (cerca de R$ 72,62, na cotação atual) por hora para trabalhar na empresa.

"Fiquei assustada que ele quisesse que eu fosse o piloto-chefe, já que minha formação é em contabilidade", disse ela à revista. Ela ressaltou que "não confiava em Rush" e que "não poderia trabalhar" para o CEO sem Lochridge por perto.

A então diretora decidiu pedir demissão após conseguir uma nova oportunidade de emprego.

Entenda o caso

O Titan submergiu na manhã de domingo, 18 de junho. Os turistas queriam ver os destroços do Titanic, localizado no Atlântico Norte.

O barco de apoio na superfície, o quebra-gelo Polar Prince, perdeu contato com ele cerca de uma hora e 45 minutos mais tarde, segundo a Guarda Costeira dos EUA.

Um piloto e quatro passageiros faziam parte da expedição. São eles: Stockton Rush, presidente da OceanGate; o bilionário Hamish Harding; Shahzada e Suleman Dawood, um empresário paquistanês e seu filho; e Paul-Henry Nargeolet, ex-comandante da Marinha Francesa e considerado um dos maiores especialistas do naufrágio do Titanic.

O submersível foi dado como desaparecido a cerca de 700 quilômetros ao sul de São João da Terra Nova, capital da província canadense de Terra Nova e Labrador, segundo as autoridades canadenses, na área onde ocorreu o naufrágio do Titanic, em 1912.