Bombas de fragmentação: qual o poder da arma que levou medo à Otan
Os Estados Unidos anunciaram na última sexta-feira (7) que um novo pacote de armas para a Ucrânia incluirá bombas de fragmentação. Controverso, esse tipo de armamento é proibido em mais de 100 países.
O que é uma bomba de fragmentação?
É um tipo de arma projetada para dispersar bombas menores em uma grande área. Ao ser disparado contra o alvo, o conteúdo se desprende após o lançamento.
Faz parte da categoria das munições "cluster" — que armazenam outros sub-projéteis em seu interior. Em sua forma mais básica, uma bomba de fragmentação normalmente consiste em um corpo oco, repleto de sub-projéteis explosivos.
Podem ser lançadas do ar ou disparadas do solo ou do mar. Os explosivos dessa linha se dividem em pedaços menores, ampliando seu efeito destrutivo.
O principal problema está na forma de atuação das bombas de fragmentação: ao serem direcionados a um alvo, um fusível ativa o armamento, que se espalha no trajeto e acerta tudo em seu caminho — podendo alcançar áreas tão extensas quanto um campo de futebol.
Foi usada pela primeira vez na Segunda Guerra Mundial, com o propósito de destruir múltiplos alvos. Pelo menos 15 países as usaram nos anos seguintes, segundo a Reuters.
Por que elas são controversas?
Quando lançadas, um número significativo de bombas menores não explode no primeiro impacto, como é pretendido. Segundo a CBS News, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha afirmou que a taxa de falha de munição — conhecida como "taxa de insucesso" — variou de 10% a 40% em conflitos recentes.
Civis são as principais vítimas de bombas de fragmentação, assim como acontece com as minas terrestres. De acordo com a CNN, 94% das vítimas de bombas de fragmentação registradas são civis, das quais quase 40% são crianças.
Perigo para crianças. Além de representar uma ameaça para os civis que vivem em áreas atingidas, as bombas de fragmentação que não explodem após o lançamento são pequenas, tem formatos diferenciados e podem parecer brinquedos para crianças. No entanto, se manuseadas de forma incorreta, podem explodir e causar a morte ou a mutilação.
As bombas de fragmentação são condenadas pelas leis humanitárias internacionais. Atualmente, a produção e uso desse aparato está proibida na maioria dos países, após os termos da Convenção em Munições Cluster, de 2008, que hoje, reúnem 123 nações.
Países como Rússia e Estados Unidos não assinaram o tratado, e suas bombas de fragmentação já foram utilizadas na Ucrânia e Síria, respectivamente.
*Com reportagem publicada em 07/11/2022
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