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Quedas e envenenamentos: já são 11 magnatas russos mortos de forma suspeita

Kristina Baikova, 28, era vice-presidente do banco russo Loko-Bank - Reprodução/Redes sociais
Kristina Baikova, 28, era vice-presidente do banco russo Loko-Bank Imagem: Reprodução/Redes sociais

Mais uma morte misteriosa aconteceu na Rússia. A executiva Kristina Baikova, vice-presidente do banco russo Loko-Bank, teria caído da janela do apartamento onde morava, no 11º andar de um prédio em Moscou. A polícia apura as circunstâncias da morte.

Em dezembro do ano passado, Pavel Antov, um dos deputados mais ricos do país, morreu na Índia depois de cair da sacada de um hotel de luxo. Antov tinha uma fortuna estimada em US$ 150 milhões (R$ 727 milhões) e era crítico ao presidente russo Vladimir Putin.

Outras mortes estranhas

Desde o início da guerra na Ucrânia, pelo menos outros nove oligarcas russos morreram em circunstâncias suspeitas ou misteriosas. As mortes são atribuídas a suicídios ou acidentes, mas também podem ser assassinatos disfarçados, segundo observadores habituados aos métodos de vingança conhecidos do líder russo.

Relembre os casos:

  • Yuri Voronov

Chefe de uma empresa ligada à Gazprom, o multimilionário morreu em junho do ano passado, aos 61 anos. Voronov foi encontrado com um tiro na cabeça na piscina de sua mansão, que fica na região de São Petesburgo.

  • Ravil Maganov

Tinha 67 anos e morreu em setembro de 2022 na Clínica Central Hospitalar de Moscou. Em nota oficial, a LukOil, em que Maganov era presidente do Conselho de Administração, informou que o executivo morreu "após lutar contra uma grave doença", sem dar detalhes.

"Maganov caiu da janela de seu quarto do hospital nesta manhã. Ele morreu por conta dos ferimentos", informou uma fonte à agência de notícias estatal Interfax. O oligarca havia lamentado publicamente os "trágicos acontecimentos na Ucrânia".

  • Alexander Subbotin

Tinha 43 anos e foi diretor da LukOil, companhia petrolífera russa, e membro do conselho de administração da Lukoil Trading House LLC. Também se tornou proprietário de uma companhia de transporte marítimo nas margens do golfo da Finlândia.

De acordo com o canal de comunicação Mash, o corpo foi encontrado por dois xamãs na casa dele, na cidade russa de Mytishchi, após um ritual de cura que teria utilizado veneno de sapo para curar uma ressaca.

  • Sergey Protosenya

Ex-diretor executivo da Novatek, a segunda maior empresa de gás da Rússia, foi encontrado morto em abril do ano passado, aos 55 anos, enforcado no jardim de uma mansão em Lloret del Mar, na Espanha, ao lado dos cadáveres esfaqueados de sua esposa Natalya, 53, e da filha Maria, de 16 anos.

A polícia espanhola investiga a hipótese de um duplo homicídio perpetrado pelo oligarca, seguido de suicídio. Protosenya tinha uma fortuna avaliada em mais de US$ 400 milhões.

  • Vladislav Avaev

Também em abril de 2022, o corpo de Avaev, ex-vice-presidente do banco russo Gazprom e ex-oficial do Kremlin, e os de sua esposa grávida e de sua filha de 13 anos foram descobertos em um apartamento em Moscou com marcas de balas.

Como uma arma foi encontrada ao lado do corpo de Vladislav e o apartamento estava trancado por dentro, a polícia priorizou a hipótese de suicídio.

  • Leonid Schulman

Diretor da Gazprom, Schulman foi encontrado morto no banheiro de sua residência, em São Petersburgo, em janeiro do ano passado. No local, foi encontrada uma carta falando sobre suicídio.

  • Alexander Tyulyakov

Vice-diretor da Gazprom, de 61 anos, foi encontrado enforcado em um chalé, na região de São Petersburgo. Uma carta de despedida foi encontrada.

  • Mikhail Watford

O magnata do petróleo, de 66 anos, foi encontrado enforcado na garagem de sua mansão, no subúrbio de Londres.

  • Vasily Melnikov

Ex-funcionário da empresa de equipamentos médicos MedStom, ele foi encontrado morto em seu apartamento na cidade de Nizhny Novgorod, ao lado da esposa e dos filhos de 4 e 10 anos. Nenhum vestígio de luta ou de invasão de domicílio foi registrado.

Histórico de envenenamento

Em 2021, o oligarca e presidente do time de futebol Chelsea, Roman Abramovich, afirmou ter sido envenenado. Ele apresentou sintomas depois de uma reunião na Ucrânia.

O oligarca russo Roman Abramovich comprou o Chelsea em 2003 - Andrew Winning/Reuters - Andrew Winning/Reuters
O oligarca russo Roman Abramovich comprou o Chelsea em 2003
Imagem: Andrew Winning/Reuters

Desde os anos 2000, quando assumiu a Presidência da Rússia, Putin é acusado de mandar envenenar opositores, uma prática quer teria sido herdada dos tempos da extinta URSS (União Soviética). Putin foi um oficial do serviço secreto soviético da KGB.

Um dos primeiros casos de envenenamento ocorrido sob seu governo ocorreu em setembro de 2004, quando o candidato da oposição à eleição presidencial ucraniana, Viktor Yushchenko, ficou gravemente doente e teve seu rosto desfigurado, mas sobreviveu. A doença foi provocada por dioxina, substância que ele teria ingerido durante uma refeição. (Com agências internacionais)