Surto de Guillain-Barré no Peru pode afetar o Brasil?
O surto de Síndrome de Guillain-Barré (SGB) que atinge o Peru não deve afetar o turismo, o comércio e a circulação de pessoas no Brasil, afirmou o Ministério da Saúde em nota divulgada ontem.
A pasta destacou que a síndrome não é transmissível de pessoa para pessoa, o que diminui o risco de um surto como acontece no país vizinho, onde quatro pessoas já morreram pela doença em 2023 e outras 31 seguem internadas.
No total, o Peru já confirmou 182 casos da doença. este ano. A situação levou o governo local a declarar emergência sanitária por 90 dias, a partir de um decreto emitido no último sábado (8).
Com relação ao evento de aumento de casos de SGB no Peru e a declaração de emergência pelo governo Peruano, considera-se baixo o risco em nível nacional, considerado principalmente que a doença não é transmissível de pessoa para pessoa, com base nas informações disponíveis. Desta forma, não há risco significativo de restrição de turismo, comércio e/ou circulação de pessoas."
Ministério da Saúde brasileiro
A Síndrome de Guillain-Barré pode ocorrer por infecção bacteriana ou viral aguda, que afeta o sistema nervoso periférico.
Seus sintomas incluem fraqueza e formigamento nos pés e nas pernas que se estendem para a parte superior do corpo em intervalo de duas a quatro semanas.
Em casos extremos, a doença pode provocar paralisia.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a síndrome é um "distúrbio em que o sistema imunitário do próprio corpo ataca parte do sistema nervoso periférico". Esses nervos periféricos controlam os músculos do corpo, por isso os sintomas na mobilidade.
Cerca de 75% dos casos de Síndrome de Guillain-Barré são desencadeados por um processo infeccioso. O mais comum se acontece por meio da bactéria Campylobacter jejuni. Agentes etiológicos como os vírus que da Zika, dengue e chikungunya, entre outros, também podem estar associados a casos de SGB. Por essa razão, segundo a OMS, países tropicais, como o Peru e Brasil, têm maiores chances de registrar quantidades elevadas de infectados.
Não é a primeira vez que os peruanos sofrem com o crescimento de diagnósticos da SGB. Em 2019, o país andino notificou 900 casos para a doença, com uma queda abrupta nos anos seguintes (em 2021e 2022 não foram registrados mais de 225 casos).
* Com informações de Estadão Conteúdo
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