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Verme congelado há 46 mil anos desperta como o mais antigo já reanimado

Cientistas reanimaram um verme microscópico que sobreviveu ao solo congelado da Sibéria por 46 mil anos, se tornando o mais antigo a voltar à vida.

O que se sabe:

A descoberta foi publicada ontem nas revistas científicas Live Science e Scientific American.

O verme, uma nova espécie chamada Panagrolaimus kolymaensis, foi descoberto em 2002 em uma toca fossilizada de esquilo no permafrost (pergelissolo) siberiano.

A espécie pertence a um tipo de nematoide chamado Panagrolaimus kolymaensis, e não estava morto, mas em um estado de dormência chamado criptobiose.

A criptobiose, segundo os cientistas, é um estado de animação suspensa onde o metabolismo diminui e as células desidratam.

O estudo publicado ontem mostra que alguns organismos podem sobreviver por períodos extremamente longos em ambientes congelados.

A criptobiose estudada do verme é a mais longa já registrada em nematoides, e deve ter se iniciado final do Pleistoceno, que ocorreu entre 2,6 milhões a 11,7 mil anos atrás.

Anteriormente, os cientistas só tinham evidências de que os vermes poderiam permanecer nesse estado por menos de 40 anos.

Os registros mais longos de criptobiose em nematóides são relatados para as espécies antárticas Plectus murrayi (25,5 anos, em musgo congelado a -20°C) e Tylenchus polyhypnus (39 anos, dessecado em um espécime de herbário).

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A descoberta pode ajudar no desenvolvimento de terapias combinadas que retardam o processo de envelhecimento em humanos.

"Essas descobertas têm implicações para nossa compreensão dos processos evolutivos, já que os períodos de geração podem ser estendidos de dias a milênios, e a sobrevivência a longo prazo de indivíduos de espécies pode levar à refundação de linhagens extintas", explicam os autores do estudo, publicado ontem na revista científica PLOS Genetic.

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