Por que o avião que lançou a primeira bomba atômica se chamava Enola Gay
No dia 6 de agosto de 1945 o avião B-29, batizado de Enola Gay, lançou uma bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima, no Japão. Chamada de "little boy", a bomba explodiu a aproximadamente 600 metros do solo, causando uma onda de calor de mais de 4.000 ºC em um raio de cerca de 4,5 km. Entre 50 mil e 100 mil pessoas morreram no dia da explosão. Metade dos sobreviventes morreu por exposição à radiação.
Quem pilotava a aeronave era o coronel Paul Tibbets Jr., da Força Aérea dos EUA. A aeronave foi batizada pelo próprio Tibbets, que decidiu fazer uma homenagem à mãe, chamada Enola Gay. Nascida e crescida em uma fazenda em Iowa, Enola Gay foi batizada por causa de um romance que seu pai estava lendo pouco antes do seu nascimento.
Nas primeiras horas da manhã, pouco antes da decolagem para o bombardeio, o piloto pediu que Nelson Miller, que fazia a manutenção de aeronaves nas Forças Armadas dos EUA, pintasse o nome logo abaixo da janela do piloto.
Avião está em exposição
A aeronave já havia sido modificada especialmente para o lançamento da bomba atômica. A armadura que protegia a tripulação foi retirada para diminuir o peso do avião —o que era necessário diante do tamanho da bomba. Além disso, torres de armas que eram controladas remotamente também foram retiradas, com o objetivo de deixar a aeronave mais rápida.
Depois do lançamento da bomba em Hiroshima, o Enola Gay participou, ainda, da missão que lançou a segunda bomba sobre o Japão, na cidade de Nagasaki. Na ocasião, porém, a aeronave foi usada para verificar as condições do tempo no local, e não para o bombardeio em si.
Após a Segunda Guerra, o avião foi usado em testes com armas atômicas no Atol de Bikini até que, em 1960, foi enviado para o Smithsonian, que fica no estado da Virgínia. Hoje, a aeronave está em exposição no Air & Space Museum.
Paul Tibbets Jr. morreu em 2007, aos 92 anos. Ele nunca disse ter se arrependido da missão ou de ter associado o nome da mãe ao bombardeio. Em uma entrevista em 1995, Tibbets disse estar convencido de que o lançamento da bomba atômica salvou mais vidas do que causou vítimas, já que provocou a rendição do Japão.
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