Historiador: Mortes unem israelenses, mas situação de Netanyahu se complica
As imagens dos ataques e as mortes unem o povo israelense pela solução do conflito, mas a situação do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ficou complicada junto à população, avaliou o historiador Filipe Figueiredo, do podcast "Xadrez Verbal", durante entrevista ao UOL News desta segunda-feira (9).
O especialista lembrou que o governo Netanyahu já vem sendo questionado pela imprensa local pela considerada a maior falha de segurança do governo de Israel nos últimos 50 anos.
A sociedade israelense passa por um momento de muita união devido ao trauma de mortes, execuções, das imagens que circulam. Então, mesmo os atores, os grupos que estavam protestando contra o governo Netanyahu hoje estão falando: 'precisamos resolver essa situação, depois a gente vai questionar o governo'.
Segundo o historiador, a pressão popular e as imagens de inúmeros corpos após os ataques do Hamas vão fazer o governo israelense dar uma resposta forte nos próximos ataques.
A situação do governo vai ficar muito complicada por conta desses eventos. Por isso, essa resposta em Gaza deve ser muito violenta, até como uma maneira dele (Netanyahu), digamos assim, prestar contas para a sociedade.
Sakamoto: Bloqueio a Gaza leva hospitais ao colapso e aumento de mortos, diz entidade
O bloqueio que Israel faz à Faixa de Gaza pode levar hospitais ao colapso e ao aumento no número de mortos, afirmou o colunista do UOL Leonardo Sakamoto durante participação no UOL News. Sakamoto disse que conversou com pessoas que atuam na área da saúde e entidades da região e todos afirmaram estar preocupados com a situação.
O aprofundamento desse cerco, o bloqueio e fechamento das passagens entre Gaza e Israel, além de bloquear entrada de alimentos, produtos, pessoas, também bloqueou a entrada de medicamentos, insumos hospitalares, combustíveis que são usados para geradores, lembrando que o fornecimento de energia elétrica a partir de Israel também foi cortado.
Sakamoto disse ainda ter ouvido relatos de muitas pessoas chegando a hospitais com ferimentos graves ou até mesmo mutiladas e que, muitas vezes, as salas de cirurgia estão sem energia elétrica.
Uma pessoa que conversou comigo falou: 'estamos com 4 horas de energia elétrica por dia, tentamos operar nesses momentos, mas os feridos não podem esperar'. Está tendo um apelo para que Israel abra para medicamentos e combustível.
O colunista do UOL ainda afirmou que, caso Israel não ceda, poderá estar cometendo crime de guerra.
Teremos uma catástrofe humanitária ou, nas palavras de outro especialista que a gente conversou, pode até ser considerado crime de guerra porque Gaza depende totalmente desse fluxo.
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