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Criticar Israel não é antissemitismo, diz Petro após atritos com país judeu

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou que criticar Israel por "ocupar ilegalmente o território palestino não é antissemitismo". A fala do líder colombiano acontece após atritos com o país judeu em meio à guerra travada entre Israel e o grupo extremista Hamas na Faixa de Gaza.

O que aconteceu:

Gustavo Petro disse que fica "confuso" ao tentar entender se ter sido chamado de "antissemita" por criticar Israel foi "por falta de conhecimento ou simplesmente ignorância" daqueles que o acusaram. As falas de Petro foram em postagem no X, antigo Twitter, nesta quinta-feira (19).

"A crítica a um Estado não é perseguição a uma religião ou a um grupo étnico. Neste caso, o judaísmo e o povo judeu, a quem respeitamos no seu direito de manter a sua cultura e religião e de um ter um Estado livre", afirmou o presidente colombiano.

Petro também afirmou que os palestinos são "alvo de perseguição" por parte de Israel, e falou em "genocídio dos palestinos" ao fazer referência ao ataque ao hospital Baptista, em Gaza, na última terça-feira (17), que deixou ao menos 471 mortos. Até o momento, ninguém assumiu a autoria do bombardeio à unidade de saúde: o Hamas acusou Israel, que por sua vez culpou Jihad Islâmica, que negou.

"Com o bombardeio do hospital Baptista em Gaza, e a morte de centenas de mulheres, crianças e médicos, a barbárie do Estado de Israel contra o povo palestino ultrapassou em muito a barbárie do Hamas contra a população civil israelita", disse Petro.

Por fim, o presidente da Colômbia destacou a necessidade de "sair dessa situação de barbárie" pelas vias diplomáticas e a busca da paz. "Mas é inócuo comparar barbáries. O que precisamos é sair dessa barbárie e isso se consegue abrindo o espaço de paz e a opção aprovada pelas Nações Unidas desde 1967 dos seus estados livres: o estado de Israel e o estado da Palestina, soberanos nos seus territórios".

Atrito entre Colômbia e Israel

Os dois países viveram um mal-estar diplomático em meio à guerra de Israel contra o Hamas. Nas redes sociais, Gustavo Petro comparou o cerco israelense à Faixa de Gaza às práticas do nazismo contra os judeus — há dias os palestinos que moram naquela região estão sem luz, combustível, água e alimentos porque o exército judeu cortou o envio de mantimentos aos civis.

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Israel classificou afirmações como "hostis e antissemitas", convocou a embaixadora da Colômbia para uma reprimenda e disse que vai suspender a exportação de materiais de defesa para o país sul-americano.

Em resposta, Petro disse que "se for necessário suspender relações com Israel, suspenderemos". "Não apoiamos genocídios", escreveu.

Posteriormente, o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Álvaro Leyva, sugeriu ao embaixador de Israel que deixe o país, e ressaltou que "a história da diplomacia universal registrará como marco de arrogância insensata do embaixador israelense para com Gustavo Petro".

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