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O que é a CGT, que conseguiu suspender a reforma trabalhista de Milei

A Câmara Nacional do Trabalho da Argentina atendeu a pedido da CGT (Confederação Geral do Trabalho) ao decidir pela suspensão temporária de parte da reforma trabalhista anunciada pelo presidente Javier Milei. O governo recorrerá da decisão.

O que aconteceu

Para a Confederação Geral do Trabalho, os pontos precisam sem mais bem debatidos com a sociedade. Ainda segundo a CGT, algumas das mudanças só poderiam ter sido aprovadas pelo Legislativo, e não por decreto presidencial.

A CGT é a principal federação trabalhista da Argentina. Reúne 34 federações de trabalhadores e 62 confederações regionais.

Sindicatos afiliados. Entre os grupos afiliados à CGT, estão representantes de trabalhadores da construção civil, do comércio, da metalurgia, da indústria, da energia, além de caminhoneiros e trabalhadores urbanos. Estima-se que ela represente mais de 30% da força de trabalho do país.

Principal função é dar apoio institucional aos sindicatos e ajudar nas negociações com empregadores. A CGT é uma entidade que pode questionar leis, decretos e regras trabalhistas na Justiça da Argentina.

Paralisação geral de 24 de janeiro foi convocada pela CGT. A entidade lidera movimento em protesto contra as medidas de Milei e que pretende manter trabalhadores parados por 12 horas.

Confederação Geral do Trabalho se diz ligada ao peronismo. O nome dado à cultura política que derivou do governo do general Juan Domingo Perón a partir de 1946. Javier Milei foi eleito no ano passado encampando bandeiras de oposição ao peronismo.

CGT é membro de diversos organismos trabalhistas internacionais. Grupo integra o rol de consultores da OIT (Organização Internacional do Trabalho). No Brasil, é aliada da CUT (Central Única dos Trabalhadores).

História

A CGT foi fundada em setembro de 1930. Entidade foi formada partir da junção de duas outras centrais sindicais, uma ligada aos socialistas revolucionários e outra, ao movimento trabalhista argentino.

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Comando da entidade ficou a cargo dos socialistas até 1945. Naquele ano, passou a ser comandada por dirigentes sindicais ligados a Perón, presidente da Argentina entre 1946 e 1975, em três mandatos, um deles interrompido por um golpe de Estado que levou o general ao exílio.

Ligação entre a CGT e Perón começou em 1943. Na ocasião, o general foi nomeado secretário nacional do trabalho e aprovou a principal reforma trabalhista da história do país.

Perón foi derrubado do cargo e preso em outubro de 1945 por um golpe militar. A mobilização da CGT é apontada por historiadores como um dos principais fatores de pressão para a liberação do general.

Hoje, a CGT diz que sua ligação com o peronismo é "um vínculo indestrutível", conforme seu site.

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