Conteúdo publicado há 9 meses

Milei reage à fala de sindicalista sobre jogar ministro da Economia em rio

O presidente argentino Javier Milei reagiu à fala de um sindicalista contra o ministro da Economia e voltou a declarar que é preciso "mudanças" no país. Declaração foi feita em dia de greve geral na Argentina, que levou dezenas de milhares de pessoas às ruas.

O que aconteceu

Presidente reagiu à declaração do sindicalista Pablo Moyano contra o ministro da Economia, Luis Caputo. Durante o ato central do protesto, em frente ao Congresso Nacional, Moyano disse que o ministro poderia ser jogado em um rio. "Se continuar com estas medidas, os trabalhadores vão carregar o ministro nos ombros para jogá-lo no Riachuelo", referindo-se ao rio que demarca o limite sul de Buenos Aires.

Milei afirmou que as mudanças são necessárias e que "a escolha nunca foi tão clara". "Fazemos as mudanças ou permanecemos prisioneiros destes que praticam extorsão", escreveu na rede social X (antigo Twitter).

Moyano fez alusão a um comentário de Milei, que está há apenas 45 dias no poder. No início do ano, o presidente havia dito que, se a inflação em janeiro fosse menor que 30%, seria preciso "carregar [Caputo] nos ombros".

Apoiadores do governo criticaram a declaração do sindicalista. Para eles, a afirmação foi uma ameaça.

O ministro Luis Caputo também se posicionou nas redes sociais. Ele disse que espera o envolvimento da Justiça da Argentina após a fala de Moyano. "Esteja ao lado daqueles que querem acabar com os problemas reais do país ou ao lado daqueles que há décadas enganam os trabalhadores e ameaçam atirar um ministro ao rio se o que dizem não for feito", escreveu Caputo.

Opositores de Milei travaram primeira disputa com governo

A Argentina teve o maior ato contra medidas do presidente Javier Milei desde o início do governo, em dezembro. Sindicalistas realizaram uma greve geral e protestos que reuniram dezenas de milhares de pessoas em todo o país com o lema: "O país não está à venda".

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Segundo o Ministério da Segurança, 40 mil pessoas estiveram nas ruas de Buenos Aires, mas as centrais sindicais do país falam em até 600 mil. A manifestação na capital foi pacífica. Acompanhado por um grande efetivo policial, o protesto se deslocou até a praça em frente ao Congresso argentino, e começou a se dispersar por volta das 15h.

Sindicalistas estão confiantes de que pacote do governo não passará no Congresso. Para os trabalhadores ouvidos pelo UOL, as reformas de Milei deverão ser barradas pela pressão popular e falta de apoio a Milei no Legislativo.

Segundo o governo, as medidas de ajuste vão servir para conter uma inflação anual de 211%, recorde em 30 anos.

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