Na África, Lula diz que IAs reforçam discriminação e sugere pacto global
O presidente Lula (PT) criticou hoje o "monopólio" das operações de inteligência artificial e defendeu uma governança multilateral para lidar com a nova tecnologia.
O que aconteceu
Ele citou o desemprego e o reforço de discriminações de raça e gênero como consequências das IAs. Ele falou sobre o assunto em discurso na Cúpula da União Africana.
Brasil vai promover interação do G20 com a discussão sobre pacto digital global. "Esperamos com isso contribuir para uma governança efetiva e multilateral em inteligência artificial, que incorpore planejamentos de interesses do sul global", defendeu Lula.
A Inteligência Artificial não pode tornar-se monopólio de poucos países e empresas. Mas podem também constituir-se em terreno fértil para discursos de ódio e desinformação, além de causar desemprego e reforçar vieses de raça e gênero, que acentuam injustiças e discriminação.
O Brasil vai promover a interação do G20 com o Painel de Alto Nível criado pelo Secretário-Geral da ONU para apoiar as discussões sobre o Pacto Digital Global. Esperamos, com isso, contribuir para uma governança efetiva e multilateral em Inteligência Artificial e que incorpore plenamente os interesses do Sul Global.
Presidente Lula, na Cúpula da União Africana
'Não há democracia com fome e desemprego'
Disparidade "inadmissível" entre riqueza gerada e fome. "É inadmissível que um mundo capaz de gerar riquezas da ordem de US$ 100 trilhões de dólares por ano conviva com a fome de mais de 735 milhões de pessoas", afirmou o presidente.
Lula defendeu a criação de uma Aliança Global contra a Fome. O projeto, que seria criado junto ao G20, deve impulsionar políticas públicas e fazer a mobilização de recursos para alimentar os necessitados.
Alternativas às mazelas da globalização não virão da extrema-direita. "Só um projeto social inclusivo nos permitirá erigir sociedades prósperas, livres, democráticas e soberanas. Não haverá estabilidade nem democracia com fome e desemprego", defendeu Lula em discurso.
Lula também criticou a guerra entre Hamas e Israel. O posicionamento, similar ao que fez em outros discursos na semana, condenou o ataque de 7 de outubro e a retaliação, que deixou quase 30 mil mortos na Faixa de Gaza.
Agenda de Lula na Etiópia
A agenda de Lula para este sábado contou com um encontro com o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh.
O presidente ainda deve encontrar representantes de Moçambique, Etiópia e o presidente da União Africana.
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