Em culto, André Mendonça critica posição do Brasil em relação a Israel
O ministro André Mendonça, do STF, criticou posição do Brasil em relação a Israel durante culto religioso neste domingo (18), em São Paulo.
O que aconteceu
Sem citar o presidente Lula, Mendonça falou sobre a experiência dele em visita a Israel e contou relatos sobre vítimas da guerra. Disse que, em almoço com embaixador brasileiro, defendeu imparcialidade da diplomacia em contraponto ao endosso a petição da África do Sul, que acusa Israel de genocídio. Mendonça foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao STF.
Ministro defendeu também que sequestrados pelo Hamas sejam libertados. "Eu tomei minha posição. Eu defendo a devolução de todos os sequestrados. E acho que o erro maior é apoiar um grupo terrorista que mata crianças, jovens e idosos gratuitamente", disse. Mendonça participava de culto da Igreja Presbiteriana de Pinheiros, na zona oeste.
Declarações de Lula sobre Israel. A fala de Mendonça ocorre no dia em que o presidente comparou a ação das forças de Israel na Faixa de Gaza com a do governo nazista de Adolf Hitler contra os judeus — o que gerou reação do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e de entidades da comunidade israelita no Brasil.
Após reações negativas, a Secretaria de Comunicação Social divulgou nota informando que o presidente Lula se opôs "diversas vezes" ao ataque do grupo extremista. "O presidente Lula condenou desde o dia 7 de outubro os atos terroristas do Hamas. O fez diversas vezes. E se opõe a uma reação desproporcional e ao sofrimento de mulheres e crianças na Faixa de Gaza", diz o texto.
O que Mendonça disse
Nós tivemos, primeiro ou segundo dia que chegamos em Israel um almoço com um embaixador brasileiro lá em Israel. Eu fiz uma colocação: 'Embaixador, a nossa diplomacia é marcada por uma busca de equilíbrio e imparcialidade. O senhor não acha que talvez se nós caminharmos mais nesse sentido, em vez de endossarmos uma petição da África do Sul acusando de Israel de genocídio, seria um melhor caminho para nós sermos um agente de paz?' Ele me respondeu, 'o mundo de hoje não há espaço para o cinza. Ou é preto ou é branco, e o país tomou a sua posição'.
Em resposta, eu tomei minha posição. Eu defendo a devolução de todos os sequestrados. E acho que o erro maior é apoiar um grupo terrorista que mata crianças, jovens e idosos gratuitamente. Eu e você, como cristãos, somos chamados a tomar posição em tudo na vida.
André Mendonça, ministro do STF
*com informações de Reuters
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