Conteúdo publicado há 10 meses

Hamas elogia Lula por comparar ação de Israel em Gaza à da Alemanha nazista

O grupo extremista Hamas divulgou neste domingo (18), em seu canal oficial no Telegram, um comunicado elogiando o presidente Lula por uma declaração dada hoje na Etiópia comparando as mortes causadas por Israel em Gaza com o Holocausto.

O que aconteceu

O grupo diz que "a declaração surge no contexto de uma descrição precisa daquilo a que o nosso povo está exposto". O texto também afirma que o comentário do presidente brasileiro "revela a enormidade do crime sionista cometido com disfarce e apoio aberto pela administração americana liderada pelo presidente [Joe] Biden".

O comunicado termina com um apelo à Corte Internacional de Justiça "para que tenha em conta a declaração do presidente brasileiro relativamente às violações e atrocidades que o nosso povo palestino está a sofrer nas mãos do exército de ocupação criminoso e dos seus colonos terroristas, que nunca foram testemunhadas na história moderna".

Apreciamos a declaração do presidente brasileiro Lula da Silva, que descreveu aquilo a que o nosso povo palestino está a ser submetido na Faixa de Gaza como um Holocausto, e que o que os sionistas estão a fazer hoje em Gaza é o mesmo que Hitler nazista fez aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
Comunicado divulgado pelo Hamas

O que Lula disse

Lula deu a declaração sobre Israel após comentar outra fala anunciando doações para a agência de refugiados palestinos da ONU. A primeira declaração também gerou polêmica e fez com que o partido Novo abrisse uma queixa-crime contra o presidente na PGR.

O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus.
Presidente Lula

A reação de Israel

A declaração feita pelo presidente Lula abriu uma crise diplomática. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que a comparação entre "Israel e Holocausto e a Hitler ultrapassou uma linha vermelha".

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O governo de Israel ainda anunciou que irá convocar o embaixador do Brasil em Tel Aviv para se explicar e para uma reprimenda. Trata-se de um ato que, no jargão diplomático, representa uma sinalização clara de insatisfação e de alerta. "Os comentários do presidente brasileiro são vergonhosos e graves", disse o chanceler Israel Katz.

No Brasil, oposição e apoiadores se dividiram diante da comparação feita por Lula. Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, classificou a fala como uma "ignorância histórica". Já a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) afirmou ter sido uma "comparação necessária".

"É uma afronta aos judeus." Um grupo de deputados federais quer protocolar um pedido de impeachment contra o presidente. Para a deputada Carla Zambelli, as falas de Lula configuram um crime de responsabilidade. "O direito à liberdade de expressão não engloba a banalização ao Holocausto", diz nota divulgada pelos parlamentares.

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