Entidades judaicas repudiam fala de Lula que compara ação em Gaza e nazismo
Entidades judaicas no Brasil e no exterior repudiaram a fala do presidente Lula comparando as mortes causadas por Israel na Faixa de Gaza com o Holocausto.
O que aconteceu
Fala de Lula é "distorção perversa da realidade", diz Conib (Confederação Israelita do Brasil). O órgão afirmou que a comparação ofende a memória das vítimas do Holocausto, assim como seus descendentes.
A confederação chamou a posição do governo brasileiro no conflito de "extrema" e "desequilibrada". Para eles, a fala de Lula mostra abandono da "tradição de equilíbrio e busca de diálogo da política externa brasileira".
Para a Fisesp (Federação Israelita do Estado de São Paulo), posicionamento de Lula é "cada vez mais extremista, tendencioso e dissociado da realidade". A federação argumenta que ações de Israel representam "legítima defesa" contra "um grupo terrorista que não mede esforços para assassinar israelenses e judeus".
"Condenamos mais uma colocação infeliz do presidente e esperamos que o Itamaraty, que tanto nos orgulhou na história, com sua posição isenta e equilibrada, volte a ser digno de elogios", termina a nota.
O Museu do Holocausto no Brasil disse que Lula "alimenta o antissemitismo". "Num momento em que o antissemitismo tem sido propagado e aplaudido por membros proeminentes de seu partido político, esperávamos que o presidente da República compreendesse a perversidade de declarações como essa e amenizasse esta forma de racismo dentro do seu próprio país", diz um trecho da publicação nas redes sociais.
"Escandalosa combinação de ódio e ignorância". Essa foi a definição do presidente do Memorial do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém, Dani Dayan. Nas redes sociais, ele disse também que a afirmação é uma "clara expressão antissemita", segundo a definição da Aliança Internacional de Memória do Holocausto.
"Comparar uma nação que luta contra uma organização terrorista assassina com as ações dos nazistas no Holocausto merece total condenação. É triste que o presidente do Brasil tenha descido a um ponto tão baixo e se tenha envolvido numa distorção extrema do Holocausto", escreveu.
Em quatro meses de guerra, os bombardeios de Israel na Faixa de Gaza deixaram 28.985 mortos, segundo o Hamas. O dado foi divulgado hoje pelo grupo extremista.
O que disseram as entidades
O governo brasileiro vem adotando uma postura extrema e desequilibrada em relação ao trágico conflito no Oriente Médio, abandonando a tradição de equilíbrio e busca de diálogo da política externa brasileira. A CONIB pede mais uma vez moderação aos nossos dirigentes, para que a trágica violência naquela região não seja importada ao nosso país.
Confederação Israelita Brasil, em nota
Comparar a legítima defesa do Estado de Israel contra um grupo terrorista que não mede esforços para assassinar israelenses e judeus com a indústria da morte de Hitler é de uma maldade sem fim.
Federação Israelita do Estado de São Paulo, em nota
Como o Museu já destacou,não há antissemitismo quando Israel recebe críticas semelhantes e nos mesmos termos àquelas que podem ser dirigidas contra qualquer outro país.
-- Museu do Holocausto (@MuseuHolocausto) February 18, 2024
Este não parece, entretanto,o método de análise e parecer do governo brasileiro e dos nomes que o circundam.
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O que Lula falou
Lula deu declaração sobre Israel após comentar outra fala anunciando doações para a agência de refugiados palestinos da ONU. A primeira declaração também gerou polêmica e fez com que o partido Novo abrisse uma queixa-crime contra o presidente na PGR.
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Presidente Lula
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