Conteúdo publicado há 10 meses

Após apelo de aliados, Israel deve atacar o Irã 'no momento certo'

Depois de um telefonema do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e do apelo do G7, da ONU e de países do Oriente Médio, Israel decidiu não retaliar imediatamente o ataque com drones e mísseis pelo Irã. O revide só deve acontecer "no momento que nos convier", afirmou o ministro do Gabiete de Guerra de Israel, Benny Gantz.

O que aconteceu

Israel deve fortalecer a "aliança estratégica e a cooperação regional", disse o ministro em comunicado. Ele diz considerar que o Irã não é apenas um perigo para Israel, mas "um problema global". "Ontem, o mundo esteve unido a Israel", afirmou, segundo o site de notícias Times of Israel.

Gantz atribuiu à "aliança estratégica" o sucesso em abater os mísseis iranianos. "A aliança estratégica e o sistema de cooperação regional que construímos (...) precisam ser fortalecidos precisamente agora", escreveu.

Construiremos uma coligação regional e cobraremos o preço ao Irã da forma e no momento que nos convier. E o mais importante: face ao desejo dos nossos inimigos de nos prejudicar, iremos nos unir e no tornar mais fortes.
Benny Gantiz, ministro

Países pediram calma a Israel

Foi o presidente dos Estados Unidos quem convenceu Netanyahu a não retaliar imediatamente o Irã. Joe Biden conversou por telefone com o líder israelense logo após o lançamento dos mísseis e drones, diz reportagem do New York Times. O pedido freou o ímpeto do gabinete de guerra israelense, que já estaria pronto para o revide.

O argumento de Biden foi que o ataque não provocou graves danos a Israel. O país diz ter interceptado 99% dos mais de 300 projéteis disparados por Teerã. Uma base da força aérea israelense no sul do país foi levemente atingida, e uma menina de 7 anos foi hospitalizada após ferimentos por estilhaços.

14.abr.2024 - Os restos de um lançador de foguete iraniano que feriu uma menina de 7 anos, segundo Israel
14.abr.2024 - Os restos de um lançador de foguete iraniano que feriu uma menina de 7 anos, segundo Israel Imagem: Reuters

Chefes de Estado, Otan (aliança militar ocidental) e o G7 apelaram contra a escalada. "É essencial que o conflito no Oriente Médio não se torne incontrolável", escreveu a Otan.

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Líderes de Alemanha, França, Reino Unido, EUA, Canadá, Japão e União Europeia pretendem discutir o tema. A Itália, que preside o G7, pediu "prudência" a Israel.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, recomendou "o fim imediato das hostilidades". Já o chefe de direitos humanos da ONU, Volker Turk, alertou "a todas as partes de suas obrigações de acordo com a lei humanitária internacional".

14.abr.2024 - Explosões no céu de Tel Aviv durante interceptação de mísseis e drones lançados pelo Irã
14.abr.2024 - Explosões no céu de Tel Aviv durante interceptação de mísseis e drones lançados pelo Irã Imagem: Tomer Neuberg/JINI

O papa Francisco pediu que Teerã e Tel Aviv não espalhem o conflito pelo Oriente Médio. "Chega de guerra, chega de atentados, chega se violência. Sim ao diálogo, sim à paz", afirmou no Vaticano.

A Turquia chegou a ligar para o Irã. O país "não quer uma nova escalada de tensão na região após o ataque de drones e mísseis do Irã contra Israel", disse hoje, por telefone, o ministro das Relações Exteriores turco, Hakan Fidan, a seu colega iraniano, Hossein Amir-Abdollahian.

China e Rússia se uniram aos apelos. Eles pediram "calma" e a resolução da tensão pelas "vias políticas e diplomáticas".

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Países árabes também pediram "contenção". Foi o caso de Egito, Catar, Arábia Saudita e Jordânia.

Apesar de conter Netanyahu, Biden defendeu Israel publicamente. "Reafirmo o firme compromisso dos EUA com a segurança de Israel", disse.

Fim da operação?

O Irã afirmou que encerrou a operação contra Israel. O ataque de ontem "atingiu todos os seus objetivos" e Teerã não tem "nenhuma intenção" de manter a operação, afirmou o chefe das Forças Armadas iranianas, Mohammad Bagheri.

14.abr.2024 - Manifestantes agitam as bandeiras do Irã e da Palestina em frente à embaixada britânica em Teerã, captal do Irã
14.abr.2024 - Manifestantes agitam as bandeiras do Irã e da Palestina em frente à embaixada britânica em Teerã, captal do Irã Imagem: Atta Kenare/AFP

O presidente iraniano, porém, fez novas ameaças. Ebrahim Raïssi afirmou que, em caso de "comportamento imprudente" de Israel, a próxima operação será ainda maior.

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Irã não quer enfrentar Israel, dizem analistas e diplomatas. A forma como o ataque foi realizado, com "lentidão e alertas", mostraram que o Irã não quer e não pode enfrentar o poderio militar israelense, explicaram ao UOL negociadores ocidentais no Oriente Médio.

O ataque foi uma resposta ao bombardeiro que o consulado iraniano sofreu em Damasco, na Síria, em 1º de abril. O episódio terminou com uma alta autoridade da Guarda Revolucionária iraniana morta.

69 comentários

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Júlio Pereira

Revide??? Mas quem revidou foi o Irã a todos os ataques que Israel tem feito ao seu território! Que imprensa é essa que distorce os fatos? Quando Israel passa décadas roubando as terras Palestinas é uma ação legítima, mas quando o Hamas revida, é ato terrorista? Quando Israel ataca embaixada no Irã e mata diplomatas, é ação legítima, mas quando o Irã revida, é ato hostil? 

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Eri Antonio Babbini

Parece que a extrema-direita mundial esta começando a ruir, Zé Linkas será o primeiro defenestrado e a fila esta andando, boze já é inelegível, MileidE com a corda no pescoço, Netanyahu levou uma "tobogada" ontem, e MuuuskE  DRO G A D O  como nunca, depois do F I A S C O  em um ativista mentiroso...As M A S C A R A S estão caindo uma a uma...Não falha um... Até o live do minto F L O P O U...E isso não tem preço.

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Ricardo Jose Kuschnir

Na semana que passou a Camara de Apelaciones da Argentina, o STJ de la', condenou o governo do Irã como autor intelectual do atentado a bomba que destruiu o predio da AMIA,  entidade assistencial judaica, no qual morreram mais de oitenta pessoas, e do que destruiu a embaixada de Israel em Buenos Aires, trinta anos atras. O Irã foi oficialmente definido como Estado Terrorista, fato historico, que a maior parte da midia brasileira decidiu ignorar. Ao mesmo tempo continua o processo contra Cristina Kirchner e varios dos seus colaboradores, por ter acobertado os autores materiais, membros do Hizbollah, brecando a investigação interna e da Interpol, outro fato que o jornalismo brasileiro parece desconhecer. E a correspondente da UOL em Buenos Aires, nem um pio. Lembrando que o promotor publico, Alberto Nisman, que investigava a participação da ex presidente no caso, foi "suicidado" na vespera da divulgação do  resultado dessa investigação. 

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