Brasil condena qualquer ato de violência, diz chanceler sobre ataque do Irã
O chanceler Mauro Vieira afirmou hoje que o Brasil "condena sempre qualquer forma de violência" ao ser questionado sobre os ataques com drones do Irã a Israel no final de semana.
O que acontece
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil disse acompanhar com "grave preocupação" os desdobramentos do ataque no sábado (13) à noite. O texto acabou sendo criticado por não condenar veementemente o Irã.
À imprensa Vieira argumentou que a nota foi escrita ainda na noite de sábado, "quando todo o movimento começou". "Nós manifestamos o temor de que o início da operação pudesse contaminar outros países. Não tínhamos claros a extensão e o alcance das medidas tomadas", afirmou o chanceler.
O Brasil condena sempre qualquer ato de violência e conclama sempre o entendimento entre as partes.
Mauro Vieira, sobre ataque do Irã
Sem defender Irã ou Israel, Brasil citou "potencial destrutivo" dos ataques. O Itamaraty lembrou já ter sinalizado a possibilidade de as hostilidades na região se espalharem para países vizinhos, como Cisjordânia, Líbano, Síria, Iêmen "e, agora, o Irã".
O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, reclamou sobre o teor da nota em entrevista no domingo (14). Ele afirmou que "procurou, mas não achou nenhum tipo de condenação" no comunicado do Itamaraty.
"Fiquei muito desapontado", afirmou Zonshine, em mais uma polêmica em relação ao governo brasileiro. "Acho que, quando há este tipo de ataque, de um país em seu território contra outro país, e o Brasil aceita isso, ou pelo menos não condena, me deixa muito desapontado. Espero que não continuem com este tipo de mensagens."
Vieira recebeu hoje a chanceler argentina, Diana Mondino, no Itamaraty. Os dois trataram da relação bilateral entre os países. À imprensa ela rejeitou a fala do presidente Javier Milei sobre interferir nos processos do bilionário Elon Musk com o STF brasileiro.
"O governo argentino jamais vai interferir no processo de cada país", disse Mondino. No sábado (13), Milei afirmou que ofereceu a Musk "mediação no conflito", após encontro entre os dois.
Ataques do Irã
Irã atacou Israel na madrugada de sábado. O consulado iraniano em Damasco (Síria) foi alvo de uma explosão que matou dois líderes militares, em 1º de abril. Israel nunca assumiu a autoria do ataque, mas também não negou.
Ofensiva ocorre enquanto Israel está em guerra contra o Hamas na Palestina. O Irã é visto como um dos países que financia e treina combatentes do grupo extremista. O Irã também é um inimigo histórico de Israel.
Sirenes de emergência foram acionadas, enquanto drones e mísseis foram disparados contra Israel. O "Domo de Ferro", sistema de segurança que detecta artefatos e os abate ainda no céu, ajudou a neutralizar ataques.
Israel diz que bloqueou 99% dos mísseis disparados contra o país. O Irã, em contraposição, diz que o "Domo de Ferro" falhou e que conseguiram atingir uma base militar. Israel afirma que estragos foram mínimos e que uma garota de 7 anos foi ferida devido a estilhaços.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.