Conteúdo publicado há 1 mês

Campanha de Trump o coloca como 'prisioneiro político' ao pedir dinheiro

Logo após a condenação do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump nesta quinta-feira (30), a campanha do político o classificou como "prisioneiro político" em um e-mail de arrecadação de fundos, segundo informações do The Guardian.

O que aconteceu

O título do e-mail diz: "Eu sou um prisioneiro político!".

O e-mail pergunta ao destinatário se "este é o fim da América?" antes de dizer que Trump foi condenado "em um julgamento político fraudado: eu não fiz nada de errado!"

O comunicado continua: "Eles invadiram minha casa, me prenderam, tiraram minha foto de fichamento, e agora eles acabaram de me condenar! Mas com o seu apoio neste momento da história, nós recuperaremos a Casa Branca e faremos a América grande novamente!", em alusão ao seu famoso slogan da campanha.

O que aconteceu

Sem provas, Trump culpou o governo de Joe Biden pela condenação. "Todo o nosso país está sendo fraudado neste momento", disse Trump aos repórteres após deixar o tribunal. "Isso foi feito pela administração Biden para ferir ou ferir um oponente, um oponente político." E acrescentou: "Eles sabem o que aconteceu e todo mundo sabe o que aconteceu aqui".

Apesar da condenação, Trump continua na corrida para as eleições de novembro. Ele é o primeiro ex-presidente americano condenado criminalmente.

Julgamento foi chamado de "desgraça, manipulado e vergonhoso" pelo político. À imprensa, o republicano também ressaltou que é um "homem muito inocente" e que não fez nada de errado, e criticou Alvin Bragg, promotor distrital de Manhattan, e o juiz do caso, Juan Merchan. Sem provas, ele chamou o magistrado de "corrupto" e declarou que ele "nunca deveria ter permissão de julgar esse caso".

O político também disse que o país foi para o "inferno" nos últimos anos e é uma nação "em declínio". Apesar disso, ele afirmou que continuará lutando até o fim e vencerá a disputa, acrescentando que "não temos mais o mesmo país, temos uma bagunça dividida". "Vamos lutar pela nossa Constituição. Isto ainda está longe de acabar", declarou.

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Entenda o caso

O ex-presidente americano Donald Trump foi considerado culpado nesta quinta. A condenação foi por fraude contábil que ocorreu para comprar o silêncio de uma atriz pornô, que poderia prejudicá-lo nas eleições de 2016 — vencidas por ele.

O júri concluiu que Trump violou a lei ao falsificar registros comerciais para encobrir um pagamento a uma atriz de filmes adultos. Em 2016, Stormy Daniels recebeu um pagamento de US$ 130 mil (cerca de R$ 675 mil em valores de hoje).

O dinheiro teria o propósito de comprar o silêncio da atriz sobre um encontro amoroso com Trump — o que ele nega — para não impactar o desempenho do político nas eleições. Naquele ano, o republicano venceu a candidata democrata Hillary Clinton.

Trump foi condenado por todas as 34 acusações de fraude contábil que pesavam contra ele no caso. O julgamento durou seis semanas e ouviu mais de vinte testemunhas. Na terça-feira (28), os advogados apresentaram seus argumentos finais. Na quarta (29), o caso seguiu para os doze jurados, que anunciaram o veredito hoje.

Com isso, Trump se tornou o primeiro ex-presidente americano condenado criminalmente.

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O veredito de hoje não fixou a pena de Trump, o que deve ser feito por um juiz no início do próximo mês. A sentença pode ir de multa até quatro anos de prisão, embora essa alternativa seja rara para um caso de falsificação de fraude contábil, segundo a Reuters.

Nos Estados Unidos, uma pessoa condenada por um crime pode concorrer a qualquer cargo e ser eleita. A exceção é não ter participado de uma insurreição contra os Estados Unidos. Trump é alvo de uma investigação sobre seu papel na invasão do Capitólio em janeiro de 2021, mas não foi acusado.

Por isso, o impacto da condenação de Trump nas próximas eleições será político. Porém, analistas divergem se o veredito pode prejudicar a candidatura de Trump ou mesmo incentivá-la, dando combustível para seus apoiadores.

*Com informações de AFP, Reuters e The Guardian.

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