Conteúdo publicado há 6 meses

Casa de brasileira no Líbano ficou destruída após bombardeio; veja imagens

A brasileira Fátima Boustani, que ficou ferida durante bombardeio no Líbano no dia 1º de junho, teve sua casa toda destruída, restando agora os escombros. Veja como ficou o local.

O que aconteceu

Fátima, de 30 anos, e seus dois filhos foram atingidos durante um ataque realizado no sul do Líbano. Os três estavam na cidade de Seddiqine, e Israel admitiu um possível ''erro técnico'' durante o confronto. Outros dois filhos estavam com a avó e não foram feridos.

A mulher cozinhava no momento e contou que o fogão explodiu em cima dela. Segundo a brasileira, o bombardeio foi a quatro metros de sua residência, fazendo com que não restasse nada. Ela ficou internada em estado gravíssimo e a filha ainda está no hospital.

Cozinha da casa onde Fátima estava no momento do ataque
Cozinha da casa onde Fátima estava no momento do ataque Imagem: Imagens obtidas pelo UOL

Casa era alugada. Fátima relatou ao UOL que estava com dificuldades para pagar o aluguel, e no dia seguinte após ter conseguido o dinheiro com a ajuda de familiares, ''sua casa explodiu''.

Alguns móveis foram preservados em meio à destruição
Alguns móveis foram preservados em meio à destruição Imagem: Imagens obtidas pelo UOL

''Não quero nem mesmo voltar lá para ver como ficou'', contou. Após ter alta do hospital, agora a mulher está na casa do irmão, em Chhim, região montanhosa do país libanês, aguardando para poder voltar ao Brasil.

Escombros da casa
Escombros da casa Imagem: Imagens obtidas pelo UOL

Brasileira foi ao Líbano após agressão de marido

Fátima disse que o marido ''tentou matá-la''. A agressão aconteceu em setembro de 2023 em Marília (SP), quando o casal e os quatro filhos ainda moravam juntos no Brasil.

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Vizinhos encontraram Ahmed Aidibi enforcando a mulher no quarto dos dois. As testemunhas chamaram a polícia e o homem fugiu em seguida para Itapevi (SP), levando os passaportes da família, os registros de nacionalidade estrangeira e o celular de Fátima.

Ahmed teria pedido ao irmão dele para buscar os filhos na casa. Uma semana depois, ele embarcou para o Líbano com as crianças. Fátima e seu advogado registraram um boletim de ocorrência no 5º DP de Marília após o episódio.

Segundo Fátima, o homem a teria enganado para assinar um termo de autorização para viajar com os filhos. Ahmed disse a Fátima que os papéis faziam parte dos trâmites para liberação da nacionalidade brasileira da esposa, que é natural do Líbano e tentava obter os documentos. O processo foi concluído e publicado no Diário Oficial da União em 30 de janeiro deste ano.

''No hospital [após ataque no Líbano] tive alucinações com ele'', contou. A mulher relembra que no dia em que teve alta do hospital imaginou que o homem tivesse ido buscá-la. ''Não quero ele aqui'', teria sido a primeira coisa que ela falou ao acordar.

A SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou ao UOL que o caso foi arquivado. A Polícia Civil iniciou as apurações do caso e, em contato com a Polícia Federal, foi informada que o pai tinha a autorização da mãe para a viagem e, por isso, ''não houve constatação do crime''.

Recomeço no Brasil

Fátima pretende retornar ao Brasil após se recuperar. ''Tenho muito medo de ficar aqui [no Líbano] após o ataque'', falou. A mulher teve sua segunda filha, Wajhi, em solo brasileiro em 2013. Também esteve aqui nos anos de 2018, 2021 e 2023.

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''Quero recomeçar e cuidar dos meus filhos aí'', afirmou. ''Ela pede ajuda para que possa voltar ao Brasil com as crianças e ter um recomeço em paz, longe do ex-marido'', explicou o irmão de Fátima, Hussein Boustani.

Ela acredita que as leis brasileiras possam ser mais protetivas às mulheres do que no Líbano. ''Só quando ele tentou matá-la que ela teve coragem de contar tudo que ela e as crianças sofriam'', acrescentou Hussein.

Fátima disse estar em constante contato com o embaixador do Brasil no Líbano. Segundo ela, o diplomata Tarcísio Costa tem acompanhado o caso de perto e chegou a levar presentes aos filhos no dia que teve alta hospitalar.

O UOL procurou o Itamaraty para saber como poderia oferecer e garantir a segurança dela e das crianças na volta para o Brasil e aguarda retorno. Se houver resposta, o texto será atualizado.

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