Corpo de líder do Hezbollah é retirado 'inteiro' de destroços, diz agência
Integrantes do grupo extremista Hezbollah retiraram o corpo do líder Hassan Nasrallah dos destroços do ataque que o matou na sexta-feira (27), afirmaram fontes médicas e de segurança à agência Reuters.
O que aconteceu
O corpo de Nasrallah estava "inteiro", segundo o reportado. O Hezbollah não divulgou informações a respeito de um funeral público do chefe do grupo.
O clérigo muçulmano Hassan Nasrallah, 64, liderava o Hezbollah desde 1992. Ele possuía laços estreitos com o Irã, país majoritariamente xiita. Com o apoio do Irã, Nasrallah organizou um grupo para lutar contra a ocupação israelense do Líbano em 1982, durante a guerra civil. O grupo evoluiu para o Hezbollah.
Hoje, o Líbano voltou a ser bombardeado — e o Hezbollah disparou foguetes contra alvos de Israel. Em comunicado, as Forças de Defesa de Israel (FDI, na sigla em português) informaram ter "eliminado" Nabil Kaouk, comandante da Unidade de Segurança Preventiva do Hezbollah. Ao menos 11 morreram em decorrência dos ataques. Já o Hezbollah disparou foguetes contra a base militar de Ofek e o assentamento israelense Sa'ar; não há informações sobre vítimas.
Número de deslocados pelo conflito mais que dobrou. Mais de 250 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas no Líbano, segundo balanço da ONU (Organização das Nações Unidas). Destas, cerca de 200 mil foram alojadas em abrigos dentro do país e mais de 50 mil fugiram para a Síria. O governo converteu escolas e outras instalações em abrigos temporários, mas muitos estão dormindo nas ruas ou em praças públicas.
Irã pediu reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU. Em comunicado divulgado após a morte de Nassan Nasrallah, o embaixador do Irã na ONU, Amir Saeid Irawani, apelou para que o colegiado tome "medidas imediatas e decisivas para parar a agressão contínua de Israel e evitar que a região seja arrastada para uma guerra total".
Israel x Hezbollah
Israel e Hezbollah têm se atacado desde o início da guerra em Gaza. Ambos sempre recuaram quando conflito parecia estar prestes a sair de controle. Recentemente, porém, Israel havia alertado sobre uma operação militar maior para interromper os ataques com origem no Líbano e permitir que centenas de milhares de israelenses refugiados retornem para suas casas.
Países já travaram uma guerra intensa de 34 dias em 2006. O conflito deixou mais de 1.200 mortos do lado libanês, a maioria civis, e cerca de 160 do lado israelense, a maioria soldados. "Israel [agora] quer aumentar a pressão sobre o Hezbollah e forçá-lo a repensar seu alinhamento com Gaza. A situação é muito perigosa, mas ainda há espaço para a diplomacia evitar o pior", disse à AFP o analista político Michael Horowitz.
*Com informações da Deutsche Welle e Reuters
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