Conteúdo publicado há 1 mês

Ataques de Israel deixam 105 mortos no Líbano; porto é bombardeado no Iêmen

Novos ataques de Israel no Líbano neste domingo (29) deixaram ao menos 105 mortos em diferentes regiões do país. No fim da tarde, os israelenses também anunciaram um bombardeio contra instalações do grupo extremista Houthi em um porto do Iêmen.

O que aconteceu

Ao todo, 105 pessoas morreram e 359 ficaram feridas durante os ataques. O Centro de Operações de Emergência de Saúde Pública do Ministério da Saúde Pública emitiu um comunicado por volta das 19h (horário de Brasília) anunciando que Israel atacou, nas últimas 24 horas, cidades e aldeias no sul do Líbano, Baqaa, Balbek Harmel; e nos subúrbios do sul de Beirute.

Cidades ao sul e ao nordeste do país foram atingidas, diz o Ministério da Saúde do Líbano. Um dos bombardeios atingiu Sidon, a principal cidade do sul, onde 24 morreram e outras 29 ficaram feridas. Em Baalbek-Hermel, foram registradas 21 mortes e 47 feridos. Em Ain al-Delb, 32 morreram e 53 ficaram feridos, apontou o órgão na rede social X.

No Iêmen, os alvos foram os houthis —grupo aliado ao Hezbollah, ao Irã e ao Hamas nos conflitos regionais. Foram atingidas "usinas de energia e um porto marítimo usado para importar petróleo, que foram usados pelo regime terrorista Houthi para transferir armas iranianas para a região, além de suprimentos militares e petróleo", diz o comunicado das Forças de Defesa de Israel. Pelo menos quatro pessoas foram mortas e outras 40 ficaram feridas na província de Hudayah, segundo o Ministério da Saúde do Iêmen.

Ataques causaram quedas de energia em boa parte da cidade portuária de Hodeidah, disseram os moradores. "Durante o último ano, os Houthis têm operado sob a direção e financiamento do Irã, e em cooperação com milícias iraquianas para atacar o Estado de Israel, minar a estabilidade regional e interromper a liberdade global de navegação", disse o comunicado.

O Hezbollah também lançou foguetes contra Israel neste domingo. O grupo disparou foguetes contra a base militar de Ofek e o assentamento israelense Sa'ar, mas os ataques foram interceptados, diz Israel.

Outra liderança do Hezbollah foi morta ontem. Em comunicado, as Forças de Defesa de Israel (FDI, na sigla em português) informaram ter "eliminado" Nabil Kaouk, comandante da Unidade de Segurança Preventiva do Hezbollah. O Exército Israelense alega que Qaouk "estava diretamente envolvido na promoção de planos terroristas" contra o Israel e seus cidadãos. O movimento libanês ainda não se pronunciou.

Os ataques acontecem um dia após o Hezbollah confirmar a morte de seu líder Hassan Nasrallah. O corpo da liderança já teria sido recuperado, segundo informações da Reuters e CNN. O exército israelense afirmou que "mais de 20 terroristas" do Hezbollah morreram no bombardeio. Os houthis declararam luto em apoio ao grupo libanês.

Número de deslocados pelo conflito mais que dobrou. Mais de 250 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas no Líbano, segundo balanço da ONU (Organização das Nações Unidas). Destas, cerca de 200 mil foram alojadas em abrigos dentro do país e mais de 50 mil fugiram para a Síria. O governo converteu escolas e outras instalações em abrigos temporários, mas muitos estão dormindo nas ruas ou em praças públicas.

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Irã pediu reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU. Em comunicado divulgado após a morte de Nassan Nasrallah, o embaixador do Irã na ONU, Amir Saeid Irawani, apelou para que o colegiado tome "medidas imediatas e decisivas para parar a agressão contínua de Israel e evitar que a região seja arrastada para uma guerra total".

Nas últimas horas, a Força Aérea de Israel (FAI) atacou dezenas de alvos terroristas do Hezbollah no Líbano, incluindo lançadores [de mísseis/foguetes] que estavam direcionados ao território israelense, estruturas onde armas eram armazenadas e outras infraestruturas terroristas do Hezbollah. (...) O Exército de Israel continua operando para danificar e desmantelar as capacidades do Hezbollah.
Exército de Israel, em comunicado

Israel x Hezbollah

Israel e Hezbollah têm se atacado desde o início da guerra em Gaza. Ambos sempre recuaram quando conflito parecia estar prestes a sair de controle. Recentemente, porém, Israel havia alertado sobre uma operação militar maior para interromper os ataques com origem no Líbano e permitir que centenas de milhares de israelenses refugiados retornem para suas casas.

Fronteira entre Israel e Líbano é palco de ataques quase diários. Até segunda (23), os disparos haviam matado cerca de 600 pessoas no Líbano — a maioria combatentes do Hezbollah — e 50 militares e civis israelenses. Também forçaram centenas de milhares de pessoas que moram perto da fronteira a deixarem suas casas, tanto em Israel quanto no Líbano.

Crise aumentou após explosões de pagers e walkie-talkies do Hezbollah. O que tem sido considerado como um ataque sem precedentes (assista abaixo) matou, ao todo, 37 pessoas — incluindo duas crianças — e deixou quase 3.000 feridos, segundo balanço do Ministério da Saúde libanês. As explosões foram um duro golpe para o Hezbollah, que culpou Israel e prometeu vingança.

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Países já travaram uma guerra intensa de 34 dias em 2006. O conflito deixou mais de 1.200 mortos do lado libanês, a maioria civis, e cerca de 160 do lado israelense, a maioria soldados. "Israel [agora] quer aumentar a pressão sobre o Hezbollah e forçá-lo a repensar seu alinhamento com Gaza. A situação é muito perigosa, mas ainda há espaço para a diplomacia evitar o pior", disse à AFP o analista político Michael Horowitz.

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(Com Deutsche Welle)

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