Explosões atingem região perto do aeroporto de Beirute
Várias explosões foram ouvidas nas proximidades do Aeroporto de Beirute, por volta da meia-noite de sexta-feira (4) no horário local (18h de quinta-feira, 3, no horário de Brasília).
O que aconteceu
Alvo do ataque israelense seria possível novo líder do Hezbollah. O jornalista Barak Ravid, do site Axios, afirmou no X (antigo Twitter) que duas fontes israelenses confirmaram que o alvo do novo ataque em Beirute seria Hashem Safieddine, provável sucessor do chefe do grupo extremista, Hassan Nasrallah, que foi morto em um ataque israelense na semana passada. Os ataques de hoje soaram semelhantes às explosões que mataram Nasrallah, conforme relatos de pessoas na região.
Hezbollah diz que Israel está atacando em vários pontos onde acredita que Safieddine está. Segundo o grupo, o "inimigo" não tem certeza sobre o paradeiro do possível sucessor de Nasrallah e, por isso, tem como alvo "muitas áreas suspeitas". Em publicação, o Hezbollah declarou que a ação ocorre como "retaliação às derrotas que sofre por parte" do grupo.
Fogo e muita fumaça. Imagens da Reuters mostraram uma enorme bola de fogo seguida por uma grande nuvem de fumaça subindo sobre os subúrbios ao sul de Beirute. Novo ataque ocorre depois que os militares israelenses emitiram um alerta de evacuação aos residentes de vários edifícios específicos no subúrbio de Bourj el Barajneh, no sul da capital libanesa.
Exército de Israel atacou ao menos 11 vezes. Uma fonte próxima do Hezbollah afirmou que Israel conduziu 11 ataques sucessivos no reduto do grupo xiita no sul de Beirute. Correspondentes da AFP na capital ouviram os estrondos. "Israel atacou os subúrbios do sul 11 vezes consecutivas", disse a fonte sob condição de anonimato. O bombardeio foi tão intenso que os alarmes dos carros dispararam e os edifícios tremeram em Beirute e arredores.
Exército israelense emitiu alertas a moradores de bairro no sul de Beirute. As IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês) divulgou no X (antigo Twitter) um "aviso urgente" para a evacuação dos moradores de um prédio e de outros edifícios adjacentes no bairro de Hadath, no sul de Beirute.
Ataques ocorrem um dia antes do início da retirada brasileiros do Líbano
Primeiro voo está previsto pousar em Beirute nesta sexta-feira (4), por volta das 16h no horário local (10h em Brasília). Aeronave está em Lisboa e já recebeu autorização para pousar no Líbano. Expectativa é de que voo com 220 pessoas chegue ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, no sábado (5). Detalhes da operação de repatriação foram divulgados nesta quinta-feira (3) em coletiva de imprensa no Palácio Itamaraty.
A aeronave ficará em Beirute por cerca de quatro horas. De lá, voltará para Lisboa e, em seguida, partirá para São Paulo.
Mauro Vieira afirmou que a garantia de segurança no pouso e decolagem será dada por autoridades locais. "O que eu queria dizer é que as garantias serão dadas pelas autoridades legais. Se houver algum episódio que não permita a aterrisagem, claro que será adiado. Isso será resultado dos constantes encontros, reuniões e consultas com autoridades", afirmou o ministro das Relações Exteriores.
Capacidade operacional é de trazer 500 brasileiros por semana. Com isso, repatriação dos interessados em deixar o Líbano levará cerca de seis semanas. As informações são do comandante da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno. "Temos um número mágico de em torno de 500 pessoas por semana, um fluxo que conseguimos manter", declarou. Segundo Damasceno, só pousaram no Líbano quatro países. "Hoje pousariam mais dois. Seríamos o sétimo país a pousar lá. A expectativa é 500 pessoas por semana, é o que conseguimos segurar bem".
Cerca de 3.000 brasileiros desejam deixar o Líbano. Esse é o número de pessoas que procuraram a Embaixada em Beirute com pedido de repatriação. A maior comunidade de brasileiros no Oriente Médio atualmente está justamente no Líbano. Ao todo, 21 mil brasileiros vivem no país.
Ataques israelenses contra o Líbano já mataram quase 2 mil pessoas
Quase 2.000 pessoas foram mortas no Líbano por ataques israelenses. Um balanço divulgado nesta quinta-feira (3) pelo ministro da Saúde libanês, Firass Abiad, indica que ao menos 1.974 pessoas morreram e outras 9.384 ficaram feridas. A maioria dessas vítimas foi registrada nas últimas duas semanas.
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Quero receberNas últimas 24 horas foram mortos e 151 feridos, segundo o governo local. Entre as vítimas estão dois adolescentes brasileiros e seus pais, assim como um saldo de milhares de feridos. A situação em Beirute, a capital do país, é descrita como "tensa e terrível" por brasileiros que estão na região, com risco de guerra total.
A região sofre com os contínuos ataques aéreos de Israel contra áreas civis em Beirute, no sul e no Vale do Beqaa. Israel e o grupo Hezbollah do Líbano têm trocado tiros na fronteira desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em 7 de outubro do ano passado, detonada após um ataque do grupo palestino Hamas, aliado do Hezbollah, e que controla Gaza. Na última semana, Israel intensificou sua campanha militar no Líbano.
Líbano responde a ataques de Israel pela primeira vez desde o início do confronto. Hoje, mais cedo, o Exército do Líbano disparou contra tropas israelenses pela primeira vez desde o início da ofensiva de Tel Aviv contra o Hezbollah, há cerca de duas semanas.
Em publicação no X, o Exército libanês informou que reagiu às agressões. O ataque ocorreu após um soldado libanês ter sido morto em um ataque israelense.
"Um dos soldados foi martirizado pelo inimigo israelense em um centro militar na região de Bint Jbeil, no sul. Os membros do centro responderam contra as fontes de disparos", afirmou a mensagem.
Antes da resposta, o Exército libanês havia divulgado que um soldado morreu e outro foi ferido em razão de um ataque "do inimigo israelense". A agressão teria ocorrido durante a realização de uma missão de evacuação e resgate com a participação da Cruz Vermelha libanesa na vila Taybeh, na cidade de Marjayoun, no sul do Líbano.
Até agora, as Forças Armadas do Líbano não haviam participado dos combates contra Israel. O governo Netanyahu alega que sua ofensiva no país é apenas contra o Hezbollah, que atua no país.
Incursão terrestre no Líbano começou na terça
Forças israelenses invadiram o país vizinho por terra. Em comunicado, as Forças de Defesa de Israel afirmaram que a aviação e a artilharia realizam ataques de apoio na área. Cerca de vinte vilas libanesas perto da fronteira receberam ordem de evacuação. Mais de um milhão de pessoas foram deslocadas pelo conflito desde 23 de outubro, segundo a Organização das Nações Unidas.
Início da incursão ocorreu horas antes de bombardeio do Irã a Tel Aviv. Ataque foi uma resposta ao assassinato dos líderes do Hamas e do Hezbollah, informaram os iranianos. Uma parte dos mísseis caiu sobre cidades israelenses, mas a maioria foi interceptada. Três pessoas ficaram feridas na Jordânia, informou o governo local.
Israel promete retaliar o Irã após os ataques de mísseis. Segundo especialistas ouvidos pelo UOL, a resposta pode provocar uma escalada da guerra. Agentes importantes no cenário mundial, incluindo os Estados Unidos e Rússia, podem dar um novo desenho ao conflito.
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