1º voo para repatriar brasileiros no Líbano será realizado neste sábado
Após adiamento por questão de segurança, o primeiro voo para repatriar brasileiros no Líbano será realizado neste sábado (5), segundo informou o Ministério das Relações Exteriores.
O que aconteceu
Os passageiros incluídos no voo estão recebendo as orientações para embarque no aeroporto de Beirute. "O governo brasileiro reitera o alerta para que sigam as orientações de segurança da embaixada em Beirute e das autoridades locais e, para os que disponham de recursos para tanto, procurem deixar o território libanês por meios próprios. O aeroporto de Beirute continua em operação para voos da companhia libanesa Middle East Airlines", diz trecho da nota assinada pelo Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Defesa e a FAB (Força Aérea Brasileira).
Cerca de 3.000 brasileiros que moram no Líbano pediram ajuda para deixar o país diante da escalada de violência na região, informou o governo. No voo que vai repatriar os brasileiros, devem estar a bordo ainda médicos, enfermeiros e psicólogos, além da equipe operacional. Crianças, idosos e pessoas com necessidades especiais devem ser a prioridade.
Primeiro voo para trazer brasileiros de volta havia sido adiado. Ele sairia de Beirute com 220 brasileiros nesta sexta-feira (4) e faria uma parada em Lisboa, antes de seguir para o Brasil, mas foi necessária a sua reprogramação. Na ocasião, o governo brasileiro justificou a "necessidade de medidas adicionais de segurança para os comboios terrestres que se dirigirão ao aeroporto da capital libanesa".
Itamaraty avaliou "comboio". Segundo o colunista Jamil Chade, o Itamaraty chegou a considerar que, se essa situação continuar ou se outros problemas acontecerem, haveria algum tipo de comboio de ônibus para levar os brasileiros até a Turquia e, de lá, embarcar no voo da FAB.
Foi avaliado, porém, que hospedar todas essas pessoas na Turquia seria um problema. A outra questão é que circula dentro do governo uma lista dos países que já estão a ponto de repatriar seus cidadãos entre esta sexta-feira (4) e sábado (5).
Pelo menos 14 países estão retirando os seus cidadãos do Líbano. São eles: Alemanha, Austrália, Bulgária, Canadá, Colômbia, Estados Unidos, França Eslováquia, Grécia, Itália, Japão, Polônia, Reino Unido e Romênia.
Explosões foram ouvidas nas proximidades do Aeroporto de Beirute na madrugada de hoje, no horário local. Israel bombardeia uma área onde acredita estar Hashem Safieddine, apontado como novo líder do Hezbollah após a morte de Hassan Nasrallah.
Deslocamento de estrangeiros e refugiados preocupa também a ONU. Em carta enviada nesta sexta-feira (4) para o governo de Israel, mais de 30 relatores da Organização das Nações Unidas alertaram que as operações no Líbano estão causando o deslocamento de milhares de pessoas que fogem da violência.
Dois mil mortos no Líbano, diz governo
Governo do Líbano revelou número nesta sexta. O balanço divulgado leva em contato a quantidade de mortes em todo território em quase um ano de ataques israelenses no país. Outros 9.535 indivíduos ficaram feridos nas ofensivas.
Além disso, três hospitais no país, incluindo um nos subúrbios de Beirute, anunciaram que vão fechar as portas em virtude das recentes ofensivas.
Tensão na região
Ataque do Irã contra Israel no início da semana pegou autoridades de surpresa. O lançamento de cerca de 200 mísseis fez as sirenes de alerta soarem em todo território. Explosões foram ouvidas em Tel Aviv e Jerusalém, duas das maiores cidades israelenses. Alguns dos foguetes disparados caíram em pontos isolados, como foi o caso de Arad.
Nenhum ferido foi relatado em território israelense. Um palestino de 37 anos morreu na Cisjordânia, durante os ataques do Irã contra Israel. Sameh al-Asali foi atingido por fragmentos de um míssil interceptado por Israel, conforme relatou o governador Hosain Hanayel à AFP. Outros quatro palestinos ficaram feridos também por estilhaços.
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Quero receberIsrael diz que Irã cometeu erro grave
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que o Irã cometeu um "grande erro" com o ataque e que "pagará" o preço pela ação.
Promessa de retaliação aos ataques ocorreu em declaração do premiê no início de uma reunião do gabinete de segurança. "O regime no Irã não entende nossa determinação em nos defender e nossa determinação em retaliar nossos inimigos", afirmou o político.
Ao contrário dos ataques telegrafados de abril, quando os iranianos avisaram por canais informais que iriam lançar mísseis sobre Israel, desta vez a ofensiva foi radicalmente diferente. O assassinato de lideranças e a ofensiva terrestre colocaram uma pressão inédita para que Ali Khamenei, líder iraniano, tivesse de agir.
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