Hezbollah lança drones contra base militar em Israel após ataque a Beirute

O movimento libanês Hezbollah anunciou neste domingo (6) ter lançado drones explosivos contra uma base militar em Haifa, no norte de Israel. Ao menos dez pessoas ficaram feridas, segundo o canal de televisão Al Jazeera, que cita a imprensa israelense.

O que aconteceu

Foguetes Fadi 1 atingiram a base de Carmel, ao sul de Haifa. O Exército de Israel disse que cinco projéteis lançados do Líbano caíram em Haifa e que alertas foram ativados na região da Alta Galileia, ainda mais ao norte do país. Mais cedo, o Hezbollah já havia feito outros dois ataques a bases militares israelenses.

Movimento dedicou o ataque a líder morto em bombardeio. Hassan Nasrallah morreu no final de setembro em um ataque de Israel no sul de Beirute, reduto do Hezbollah. Nasrallah, que era considerado o homem mais poderoso do Líbano, vivia escondido desde a última guerra entre Israel e o movimento libanês, em 2006.

Israel também lançou ataques contra o Hezbollah neste domingo. O Exército israelense diz ter tentado destruir depósitos de armas do Hezbollah em Beirute. "Aviões de guerra inimigos lançaram dois bombardeios contra os subúrbios do sul. O primeiro teve como alvo a área de Santa Teresa e o segundo, a área de Burj al Barajneh", informou a agência estatal de notícias do Líbano (NNA).

Uma "bola de fogo" foi vista no céu de Beirute após um ataque aéreo israelense. "Ataques massivos e sequenciais" duraram meia hora, disse testemunha. Segundo a agência de notícias Reuters, clarões foram vistos a quilômetros de distância no céu da capital.

Israel x Hezbollah

Israel e Hezbollah têm se atacado desde o início da guerra em Gaza. Ambos sempre recuaram quando conflito parecia estar prestes a sair de controle. Recentemente, porém, Israel havia alertado sobre uma operação militar maior para interromper os ataques com origem no Líbano e permitir que centenas de milhares de israelenses refugiados retornem para suas casas.

Crise aumentou após explosões de pagers e walkie-talkies do Hezbollah. O que tem sido considerado como um ataque sem precedentes matou, ao todo, 37 pessoas — incluindo duas crianças — e deixou quase 3.000 feridos, segundo balanço do Ministério da Saúde libanês. As explosões foram um duro golpe para o Hezbollah, que culpou Israel e prometeu vingança.

Países já travaram uma guerra intensa de 34 dias em 2006. O conflito deixou mais de 1.200 mortos do lado libanês, a maioria civis, e cerca de 160 do lado israelense, a maioria soldados. "Israel [agora] quer aumentar a pressão sobre o Hezbollah e forçá-lo a repensar seu alinhamento com Gaza. A situação é muito perigosa, mas ainda há espaço para a diplomacia evitar o pior", disse à AFP o analista político Michael Horowitz.

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